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Pequeno saque também precisa ser declarado
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal chamariz na captação
de novos clientes, o benefício fiscal nem sempre fica claro para
quem investe em planos de previdência privada.
É o caso de quem aplica em
PGBL ou Fapi com o objetivo de
fazer pequenas retiradas, inferiores a R$ 1.058, pensando que assim não será pego pelo fisco.
É um engano. Quem não declara está sujeito a cair na malha fina
da Receita Federal. "A decisão é
do cliente. O que não pode é comprar induzido ao erro porque
acha que não é tributável", diz a
consultora Márcia Dessen.
Resgates abaixo de R$ 1.058 são
isentos na fonte, isto é, as empresas de previdência não retêm imposto como fariam numa retirada
de valor maior.
O investidor, porém, tem de declarar à Receita Federal qualquer
valor resgatado -o que nem
sempre é informado pelas seguradoras.
Esses saques devem ser somados a outras rendas tributáveis no
ano para cálculo do imposto devido na declaração anual.
Ao lançar como despesa dedutível a aplicação no PGBL ou no Fapi, o cliente paga menos imposto
ou até tem restituição com esse
aumento das despesas, segundo
consultores.
"Por lei, o contribuinte tem que
declarar até mesmo saques inferiores a R$ 1.058. Muitas empresas de previdência informam sobre todos os saques realizados por
meio da Dirf (Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte)
à Receita, que cruza os dados",
afirma Walcris Rosito, professor
de planejamento tributário do Ibmec.
"Se não tiver deduções para
compensar, esse contribuinte terá
de pagar imposto", diz Valter Hime, da Aon Consulting.
O fisco permite que fique a critério das empresas de previdência
informar ou não sobre retiradas
realizadas no mesmo ano de até
R$ 6.000. Mas, segundo consultores, muitas informam sobre todos
os resgates realizados e se foi ou
não retido imposto.
"O fato de a Receita Federal pedir às seguradoras que informem
valores resgatados acima de R$
6.000 não significa que não possa
vir a solicitar a relação de todos os
saques de planos", diz a consultora Márcia Dessen.
A diretoria de produtos de vida
e previdência do Unibanco não
recomenda essa prática a ninguém, pois entende que é sonegação de imposto.
Diferenças
Quem investe em planos de
aposentadoria não fica livre do
Imposto de Renda. No PGBL e no
Fapi, a Receita Federal deixa o
contribuinte usar o capital referente a até 12% de sua renda bruta
anual enquanto o dinheiro estiver
aplicado em previdência.
"No resgate, o rendimento líquido gerado fica para o cliente e
o diferimento fiscal vai para o
leão", segundo Dessen.
Quem, valendo-se do diferimento fiscal do PGBL, deposita,
por exemplo, R$ 2.000 e acumula
rendimento de R$ 1.000 ao longo
do tempo, quanto deve ao leão?
Esse cliente acumulou R$ 3.000,
valor que será submetido à tabela
de desconto na fonte. O resultado,
R$ 401,92, vai para a Receita e o
restante, R$ 2.598,08, para o contribuinte.
Se esses valores estivessem depositados num VGBL seriam tributados apenas na saída. O imposto incidiria somente sobre o
rendimento da aplicação e não
sobre o total retirado do plano.
Em um fundo de investimento
financeiro, a tributação mensal
pelo IR é de 20%.
(MCF)
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