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Desemprego fica estável, mas renda sobe
Geração de postos de trabalho se acomoda e taxa de desemprego fica em 9,8% em outubro, contra 10% de setembro
Inflação baixa, aumento do emprego formal e reajuste do mínimo fazem renda subir 1,2% no mês e 5,4% sobre outubro de 2005
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Do ponto de vista da geração
de novas vagas, o mercado de
trabalho se acomodou em outubro e o resultado foi que a taxa de desemprego ficou em
9,8% -praticamente estável
em relação a setembro (10%),
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em outubro de 2005, havia
sido de 9,6%. Já o rendimento
manteve trajetória de recuperação e cresceu 1,2% ante setembro e 5,4% na comparação
com outubro de 2005.
Passado o primeiro turno das
eleições e seu forte impacto na
criação de empregos, não foram gerados postos de trabalho
em volume suficiente para fazer a taxa de desemprego cair
significativamente em outubro, avalia Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa
Mensal de Emprego do IBGE.
Depois de oscilar positivamente desde maio, o número
de pessoas ocupadas ficou estagnado em outubro -variação
negativa 0,2% (considerada estatisticamente estável pelo
IBGE), ou de 38 mil pessoas.
Em relação a outubro de 2005,
a ocupação cresceu 2,9% (ou
580 mil pessoas).
"Os dados mostram um mercado de trabalho em acomodação de setembro para outubro,
depois da forte geração de vagas no terceiro trimestre", diz
Marcelo de Ávila, economista
do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada).
De setembro para outubro, o
contingente de desempregados
se reduziu em 49 mil pessoas
-diminuição de 2,1%. Os desocupados somavam 2,244 milhões nas seis regiões.
"O mercado de trabalho não
apresentou melhora, mas também não piorou. Não foram
abertos postos de trabalho em
volume suficiente para fazer a
taxa de desemprego cair, mas o
total de desempregados também não aumentou", disse Azeredo Pereira.
Essa é a tônica, diz, e prevaleceu ao longo de todo este ano,
quando o emprego não cresceu
significativamente, embora a
renda tenha aumentado. Na
média de janeiro a outubro de
2006, a taxa de desemprego ficou em 10,2%, praticamente no
mesmo nível registrado em
igual período de 2005 -10%.
Já o rendimento subiu, diz
Pereira, na esteira do reajuste
mais alto do salário mínimo
neste ano (13% acima da inflação), da redução dos índices de
preço e do crescimento do emprego formal, tipo de vínculo
cuja remuneração é maior. Na
média de 2006, a renda subiu
4,1% -R$ 1.029,1. Em outubro,
foi estimada em R$ 1.046,50.
O emprego com carteira assinada cresceu 0,8% ante setembro e 6,7% na comparação com
outubro de 2006. Em 12 meses,
536 mil pessoas passaram para
a formalidade. Com isso, os trabalhadores com carteira representavam 41,5% do total de
ocupados. Já o emprego sem
carteira caiu 1,9% na comparação com setembro.
Se por um lado o reajuste do
salário mínimo acima da inflação possibilitou a recuperação
da renda do trabalhador, ampliou, por outro, o contingente
de trabalhadores sub-remunerados. Eram 2,889 milhões nesse contingente em outubro de
2005 (14,4% do total de empregados). Passaram para 3,546
milhões no mesmo mês de
2006 (17,2% do total) -expansão de 22,7% de um período para outro.
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