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São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Pesquisa do BC entre bancos e consultorias projeta alta de 12,06% do IPCA neste ano; meta ajustada é 8,5%

Juro alto não espanta temor de inflação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os sucessivos aumentos dos juros promovidos pelo Banco Central não foram suficientes para reverter o pessimismo do mercado em relação ao comportamento da inflação. Segundo pesquisa feita pelo próprio BC entre bancos e empresas de consultoria, projeta-se uma alta de 12,06% para o IPCA deste ano.
No início do ano, o mesmo levantamento mostrava que a expectativa do mercado era de uma alta de 11% para a inflação deste ano. Esta é a quinta semana consecutiva em que as projeções para o IPCA captadas pela pesquisa do BC sofrem elevação.
Oficialmente, a meta do governo era chegar ao final do ano com uma inflação de 4%, admitindo-se um desvio de até 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. No final do mês passado, o BC informou que não seria possível atingir o objetivo inicialmente traçado e que passaria perseguir uma nova meta, de 8,5%.
A mudança foi anunciada na véspera da primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa reunião, os juros básicos da economia subiram de 25% ao ano para 25,5% ao ano. O objetivo era, justamente, conter o pessimismo do mercado.
De lá para cá, o governo adotou outras medidas de caráter recessivo para tentar frear a alta dos preços. Em tese, o desaquecimento da economia acaba por reduzir o espaço que empresas têm para fazer reajustes, o que favoreceria o controle da inflação.

Aperto maior
Uma das medidas foi o aumento da meta de superávit primário deste ano, que passou para o equivalente a 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto), contra 3,75% fixados ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.
Na semana passada, o BC fez um aperto adicional e elevou a alíquota do recolhimento compulsório, nome dado à parcela dos depósitos dos clientes que os bancos são obrigados a depositar no BC, sem receber nenhuma remuneração pelos recursos.
O aumento do compulsório deve retirar R$ 8 bilhões das mãos dos bancos, restringindo ainda mais o volume de crédito disponível na economia. No mesmo dia, o Copom anunciou um novo aumento de juros, que passaram para 26,5% ao ano. Mesmo assim, as projeções para a inflação deste ano continuam elevadas.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa do BC não mostra sinais de que possa haver grandes alterações até o final do ano. O mercado espera que, em dezembro, o dólar esteja cotado a R$ 3,65, próximo ao nível observado atualmente.


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