|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANO DO DRAGÃO
Pesquisa do BC entre bancos e consultorias projeta alta de 12,06% do IPCA neste ano; meta ajustada é 8,5%
Juro alto não espanta temor de inflação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os sucessivos aumentos dos juros promovidos pelo Banco Central não foram suficientes para reverter o pessimismo do mercado
em relação ao comportamento da
inflação. Segundo pesquisa feita
pelo próprio BC entre bancos e
empresas de consultoria, projeta-se uma alta de 12,06% para o IPCA deste ano.
No início do ano, o mesmo levantamento mostrava que a expectativa do mercado era de uma
alta de 11% para a inflação deste
ano. Esta é a quinta semana consecutiva em que as projeções para
o IPCA captadas pela pesquisa do
BC sofrem elevação.
Oficialmente, a meta do governo era chegar ao final do ano com
uma inflação de 4%, admitindo-se um desvio de até 2,5 pontos
percentuais para cima ou para
baixo. No final do mês passado, o
BC informou que não seria possível atingir o objetivo inicialmente
traçado e que passaria perseguir
uma nova meta, de 8,5%.
A mudança foi anunciada na
véspera da primeira reunião do
Copom (Comitê de Política Monetária do BC) do governo Luiz
Inácio Lula da Silva. Nessa reunião, os juros básicos da economia subiram de 25% ao ano para
25,5% ao ano. O objetivo era, justamente, conter o pessimismo do
mercado.
De lá para cá, o governo adotou
outras medidas de caráter recessivo para tentar frear a alta dos preços. Em tese, o desaquecimento
da economia acaba por reduzir o
espaço que empresas têm para fazer reajustes, o que favoreceria o
controle da inflação.
Aperto maior
Uma das medidas foi o aumento
da meta de superávit primário
deste ano, que passou para o equivalente a 4,25% do PIB (Produto
Interno Bruto), contra 3,75% fixados ainda no governo Fernando
Henrique Cardoso.
Na semana passada, o BC fez
um aperto adicional e elevou a alíquota do recolhimento compulsório, nome dado à parcela dos
depósitos dos clientes que os bancos são obrigados a depositar no
BC, sem receber nenhuma remuneração pelos recursos.
O aumento do compulsório deve retirar R$ 8 bilhões das mãos
dos bancos, restringindo ainda
mais o volume de crédito disponível na economia. No mesmo dia,
o Copom anunciou um novo aumento de juros, que passaram para 26,5% ao ano. Mesmo assim, as
projeções para a inflação deste
ano continuam elevadas.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa do BC não mostra sinais de que
possa haver grandes alterações
até o final do ano. O mercado espera que, em dezembro, o dólar
esteja cotado a R$ 3,65, próximo
ao nível observado atualmente.
Texto Anterior: Fraude: Promotoria de GO vai apresentar denúncia contra cúpula da Encol Próximo Texto: Índice semanal mostra que taxa está em queda Índice
|