São Paulo, Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 1999
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ENERGIA
Aumento terá como base variação do dólar e será repassado a distribuidoras estaduais
Reajuste em Itaipu deve pressionar tarifa

da Sucursal de Brasília

A energia elétrica de Itaipu será reajustada a partir de abril, disse ontem o ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia). O reajuste deve pressionar as tarifas de distribuidoras estaduais de energia.
O aumento terá como base a variação do real em relação ao dólar, moeda na qual a energia da hidrelétrica é cotada.
Um acordo fechado recentemente entre Itaipu, o ministério, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a Eletrobrás estabeleceu que os preços praticados pela hidrelétrica respeitariam a cotação de R$ 1,55 para cada US$ 1.
Esse acordo deixa de existir em abril. "A partir desse mês, os preços de Itaipu serão reajustados", disse Tourinho.
A energia vendida por Itaipu representa 25% do consumo no país e 30% nas regiões Sul e Sudeste. A energia vendida por Itaipu representa 12%, em média, dos custos das distribuidoras.
A distribuidora que mais depende de Itaipu é a Cemig, de Minas Gerais. Da sua energia vendida, 17% saem da hidrelétrica, que pertence ao Brasil e ao Paraguai.
O reajuste vai seguir dois parâmetros: a defasagem do real em relação ao câmbio de R$ 1,55 estabelecido pelo acordo e o custo médio de 12% calculado pela Aneel.
"Apostamos que a taxa de câmbio vai cair", afirmou o ministro de Minas e Energia, que não soube calcular o valor do reajuste nas tarifas de Itaipu.

Privatização
Tourinho afirmou que o Ministério de Minas e Energia está estudando a privatização das linhas de transmissão da Eletrobrás, o que altera o modelo inicialmente traçado para a desestatização do setor elétrico.
Por esse modelo, a União permaneceria com as redes de transmissão. "Houve uma mudança de estratégia. A privatização das linhas de transmissão é uma consequência natural das vendas que já ocorreram no setor", afirmou o ministro Tourinho.
O Conselho Nacional de Desestatização já decidiu que as empresas de geração da Eletrobrás serão privatizadas no segundo semestre deste ano. A União pretende arrecadar cerca de US$ 8 bilhões com esse leilão.
Serão criadas seis empresas de geração a partir da cisão de Furnas, Chesf e Eletronorte. Essas estatais permanecerão com os ativos referentes à transmissão.
"Estamos lançando a idéia de privatizar os ativos de transmissão e vamos continuar executando o processo de venda das geradoras", afirmou o ministro de Minas e Energia.
(FERNANDO GODINHO)




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