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ENERGIA
Aumento terá como base variação do dólar e será repassado a distribuidoras estaduais
Reajuste em Itaipu deve pressionar tarifa
da Sucursal de Brasília
A energia elétrica de Itaipu será
reajustada a partir de abril, disse
ontem o ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia). O reajuste deve pressionar as tarifas de distribuidoras estaduais de energia.
O aumento terá como base a variação do real em relação ao dólar,
moeda na qual a energia da hidrelétrica é cotada.
Um acordo fechado recentemente entre Itaipu, o ministério, a
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a Eletrobrás estabeleceu que os preços praticados pela
hidrelétrica respeitariam a cotação
de R$ 1,55 para cada US$ 1.
Esse acordo deixa de existir em
abril. "A partir desse mês, os preços de Itaipu serão reajustados",
disse Tourinho.
A energia vendida por Itaipu representa 25% do consumo no país
e 30% nas regiões Sul e Sudeste. A
energia vendida por Itaipu representa 12%, em média, dos custos
das distribuidoras.
A distribuidora que mais depende de Itaipu é a Cemig, de Minas
Gerais. Da sua energia vendida,
17% saem da hidrelétrica, que pertence ao Brasil e ao Paraguai.
O reajuste vai seguir dois parâmetros: a defasagem do real em relação ao câmbio de R$ 1,55 estabelecido pelo acordo e o custo médio
de 12% calculado pela Aneel.
"Apostamos que a taxa de câmbio vai cair", afirmou o ministro
de Minas e Energia, que não soube
calcular o valor do reajuste nas tarifas de Itaipu.
Privatização
Tourinho afirmou que o Ministério de Minas e Energia está estudando a privatização das linhas de
transmissão da Eletrobrás, o que
altera o modelo inicialmente traçado para a desestatização do setor
elétrico.
Por esse modelo, a União permaneceria com as redes de transmissão. "Houve uma mudança de estratégia. A privatização das linhas
de transmissão é uma consequência natural das vendas que já ocorreram no setor", afirmou o ministro Tourinho.
O Conselho Nacional de Desestatização já decidiu que as empresas
de geração da Eletrobrás serão privatizadas no segundo semestre
deste ano. A União pretende arrecadar cerca de US$ 8 bilhões com
esse leilão.
Serão criadas seis empresas de
geração a partir da cisão de Furnas,
Chesf e Eletronorte. Essas estatais
permanecerão com os ativos referentes à transmissão.
"Estamos lançando a idéia de
privatizar os ativos de transmissão
e vamos continuar executando o
processo de venda das geradoras",
afirmou o ministro de Minas e
Energia.
(FERNANDO GODINHO)
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