São Paulo, Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Secretário do Tesouro dos EUA diz que tema deveria constar de acordos para ajuda a emergentes
Rubin propõe ataque do FMI à corrupção

das agências internacionais

O secretário do Tesouro dos EUA, Robert Rubin, afirmou ontem que as instituições financeiras internacionais deveriam condicionar sua ajuda aos países em dificuldades à adoção de medidas de combate à corrupção.
Rubin afirmou que o FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento poderiam ter um papel fundamental a fim de que os países lutem contra a corrupção.
Rubin afirmou que, apesar dos esforços do FMI em fazer com que os governos adotem posturas mais transparentes em relação aos seus gastos, é preciso fazer mais.
"Nós acreditamos que o FMI deve incluir considerações mais explícitas a esse respeito nos seus programas de ajuda", declarou o secretário do Tesouro norte-americano em uma conferência mundial sobre combate à corrupção, realizada em Washington.
"Os bancos de desenvolvimento multilaterais estão em uma posição única no combate à corrupção", acrescentou.

Japão
Rubin também afirmou ontem à imprensa que o Japão está caminhando para a solução dos problemas enfrentados por seu setor bancário.
"O Japão vem dando importantes passos", disse Rubin. "É extremamente importante para a economia mundial que o Japão volte ao caminho certo", acrescentou o secretário do Tesouro norte-americano.
O Japão está adotando um plano de recapitalização do sistema bancário no valor de US$ 61 bilhões para cobrir parte do rombo provocado por empréstimos feitos sem garantias adequadas.

América Latina
A crise brasileira levará a América Latina a ter um recuo de 0,8% em sua economia este ano, avaliaram analistas do Banco Bilbao Vizcaya em um informe ao qual teve acesso a agência de notícias "France Presse".
Depois de ter alcançado um crescimento de 2,4% no ano passado e de 5,7% em 1997, a América Latina terá em 1999 o seu pior resultado desde o final da década de 80.
A redução no crescimento está associada a uma alta da inflação, que estava sendo controlada abaixo dos 10% em 1998 e que este ano chegará a uma média de 13% em toda a região.
Segundo o informe, a desvalorização da moeda brasileira em janeiro não só alterou a perspectiva econômica para o Brasil, como também para a maioria dos países latino-americanos.
As reformas econômicas realizadas nos últimos anos, porém, ajudarão a limitar a duração da crise, que é avaliada no documento como "um sério revés para a região".


Texto Anterior: Reajuste em Itaipu deve pressionar tarifa
Próximo Texto: Olivetti fará nova oferta pela Telecom
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.