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Para analistas,
pode haver nova
elevação da Selic
SANDRA BALBI
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos analistas do
mercado financeiro e de consultorias concluiu da leitura da
ata do Copom, divulgada ontem, que o ciclo de alta dos juros pode ter chegado ao fim.
No entanto, caso o cenário internacional continue piorando
- com uma eventual aceleração dos juros americanos- a
taxa básica de juros, a Selic,
prosseguirá seu movimento de
alta, dizem os analistas.
A interpretação da consultoria LCA destoa do conjunto do
mercado. A ata do Copom,
apesar de "benigna e com um
tom moderado e tranqüilizador", não selou o fim da puxada nos juros iniciada em setembro do ano passado", diz a
LCA. A consultoria mantém
sua projeção de um novo aumento de 0,25 ponto percentual na taxa, na próxima reunião do Copom, em abril.
Os economistas que tentavam ontem antever os próximos passos da política monetária, a partir do texto divulgado
pelo Banco Central, são unânimes em afirmar que o documento apontou melhoras tanto
na trajetória da inflação corrente como nas projeções de
inflação. Para Luis Fernando
Lopes, economista do Pátria
Banco de Negócios, o BC olhou
mais para a projeção de inflação para 2006, que está sob
controle, do que 2005.
"A ata nunca menciona a
projeção de inflação do próximo ano já no primeiro trimestre. O BC está com muita vontade de parar de subir juros.
Minha avaliação é que o Copom passou a esperar a desaceleração gradual dos juros para
este ano", afirma.
O relatório de mercado do
Bradesco também cita a menção às previsões de inflação para 2006. "Vale notar que o Copom migrou para um foco na
inflação dos próximos 12 meses, em vez de se basear somente no objetivo de 5,1% para
2005", diz.
Para Julio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial),
"neste momento temos de concordar com a avaliação do BC:
o cenário externo piorou, mas é
uma deterioração relativa pois
os EUA ainda não aceleraram o
aumento da sua taxa de juros".
Essa constatação, segundo
ele, só mostra que o BC se precipitou ao iniciar um processo
de alta dos juros em setembro
do ano passado - iniciativa
que só agora poderia ser necessária. "O nível atual dos juros é
elevado para qualquer situação, não há necessidade de novos aumentos por conta da piora do cenário externo", afirma.
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