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IPCA-15 mostra queda na inflação
ANA PAULA GRABOIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O IPCA-15 (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo - 15) desacelerou em março.
O índice de inflação ficou em
0,35%, taxa inferior à metade da
variação de 0,74% apurada em fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O recuo na inflação deveu-se principalmente às menores pressões dos gastos com escola e alimentos.
As mensalidades escolares, que
chegaram a subir 6,34% em fevereiro, passaram a apresentar taxa
de 0,74% em março. Já os alimentos recuaram de 0,53% para
0,17%. O fim do efeito do pagamento do 13º salário sobre os gastos com empregados domésticos
também ajudou a conter a inflação, cuja alta foi de 0,13%, após
subir 1,12% no mês anterior.
Ainda ajudaram a segurar a inflação as quedas dos preços das
passagens aéreas (-4,69%), gás de
cozinha (-1,11%), álcool (-0,59%)
e gasolina (-0,32%).
O IPCA-15 mostra a tendência
do IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), utilizado
no sistema de metas de inflação
do governo. Os dois índices utilizam a mesma metodologia, exceto em relação ao período de coleta
de preços. Enquanto o IPCA é calculado com base em preços coletados durante todo o mês de referência, o IPCA-15 é calculado entre a segunda quinzena do mês
anterior e a primeira quinzena do
mês de referência.
Para o economista Alex Agostini, da consultoria GRC Visão, o
baixo resultado não vai se sustentar e o IPCA deste mês deve fechar
em 0,70%.
"Esse resultado do IPCA-15 deveu-se à ausência de fatores de
pressão sazonais, como as mensalidades escolares. Essa queda não
foi uma trajetória, foi simplesmente um repique para baixo",
disse o economista.
Agostini cita ainda que os reajustes das passagens de ônibus e
da telefonia móvel em São Paulo,
além de uma possível alta dos alimentos por conta da seca na região Sul, vão causar pressão sobre
a inflação em março.
Na avaliação do economista do
Unibanco Adriano Lopes, entretanto, o resultado do IPCA-15 ficou abaixo do esperado e reforça
a previsão de uma inflação baixa
nos próximos meses.
"A inflação depois de março
voltará para um patamar mais
baixo, perto desse resultado do
IPCA-15, por causa do desaquecimento da demanda e por uma
questão sazonal, pois o primeiro
trimestre sempre registra taxas
mais elevadas", afirmou o economista.
No primeiro trimestre do ano, o
IPCA-15 acumulou 1,78%, de
acordo com o IBGE. Nos últimos
doze meses, a taxa ficou em
7,31%.
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