São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2005

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IPCA-15 mostra queda na inflação

ANA PAULA GRABOIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) desacelerou em março.
O índice de inflação ficou em 0,35%, taxa inferior à metade da variação de 0,74% apurada em fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O recuo na inflação deveu-se principalmente às menores pressões dos gastos com escola e alimentos.
As mensalidades escolares, que chegaram a subir 6,34% em fevereiro, passaram a apresentar taxa de 0,74% em março. Já os alimentos recuaram de 0,53% para 0,17%. O fim do efeito do pagamento do 13º salário sobre os gastos com empregados domésticos também ajudou a conter a inflação, cuja alta foi de 0,13%, após subir 1,12% no mês anterior.
Ainda ajudaram a segurar a inflação as quedas dos preços das passagens aéreas (-4,69%), gás de cozinha (-1,11%), álcool (-0,59%) e gasolina (-0,32%).
O IPCA-15 mostra a tendência do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), utilizado no sistema de metas de inflação do governo. Os dois índices utilizam a mesma metodologia, exceto em relação ao período de coleta de preços. Enquanto o IPCA é calculado com base em preços coletados durante todo o mês de referência, o IPCA-15 é calculado entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês de referência.
Para o economista Alex Agostini, da consultoria GRC Visão, o baixo resultado não vai se sustentar e o IPCA deste mês deve fechar em 0,70%.
"Esse resultado do IPCA-15 deveu-se à ausência de fatores de pressão sazonais, como as mensalidades escolares. Essa queda não foi uma trajetória, foi simplesmente um repique para baixo", disse o economista.
Agostini cita ainda que os reajustes das passagens de ônibus e da telefonia móvel em São Paulo, além de uma possível alta dos alimentos por conta da seca na região Sul, vão causar pressão sobre a inflação em março.
Na avaliação do economista do Unibanco Adriano Lopes, entretanto, o resultado do IPCA-15 ficou abaixo do esperado e reforça a previsão de uma inflação baixa nos próximos meses.
"A inflação depois de março voltará para um patamar mais baixo, perto desse resultado do IPCA-15, por causa do desaquecimento da demanda e por uma questão sazonal, pois o primeiro trimestre sempre registra taxas mais elevadas", afirmou o economista.
No primeiro trimestre do ano, o IPCA-15 acumulou 1,78%, de acordo com o IBGE. Nos últimos doze meses, a taxa ficou em 7,31%.


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