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Especulação é
perigo ou salvação,
diz Planejamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O chefe da Assessoria Econômica do Ministério do
Planejamento, José Carlos
Miranda, afirmou que, assim que for "desinflada a bolha inflacionária", o Banco
Central deve reduzir as taxas
de juros e intervir "pontualmente" no mercado de câmbio para tornar as cotações
mais estáveis.
Não foi a única opinião de
ontem contrária à atual política do Banco Central de permitir a valorização do real.
Em seminário promovido
pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),
o líder do governo no Congresso, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu
intervenções para deter a
queda da moeda norte-americana.
Miranda não pregou uma
ação imediata no câmbio.
De acordo com ele, neste
momento é importante superar a pressão inflacionária
decorrente da maxidesvalorização de 2002. Previu, porém, que a partir de junho
haverá espaço para cortes
nos juros.
O ministro Guido Mantega (Planejamento) também
falou em queda de juros ontem, ao afirmar que os resultados da política econômica
abrem caminho para a redução. "Espero que seja em
breve. Infelizmente, não foi
ontem [anteontem]."
A partir daí, a idéia é que
"o câmbio não flutue tão livremente". Leia-se: pretende-se que a ação do BC evite
oscilações bruscas da moeda
americana, criando um cenário de maior previsibilidade para os exportadores para a cotação do dólar.
Projeções
As projeções do Planejamento, relatou, levam em
conta um dólar a R$ 3,33
neste ano, que permitiria um
superávit comercial de US$
16 bilhões. De acordo com
Miranda, o atual ingresso de
capital de curto prazo no
país, propulsor da queda do
dólar, pode ser "perigo ou
salvação".
Por esse raciocínio, o perigo, como ocorreu nos tempos da âncora cambial, é
uma eventual mudança de
humor dos investidores
-ou especuladores- provocar fuga rápida de divisas
e nova escalada do dólar.
A salvação, segundo o economista, pode ser definida
no momento da renovação
dos empréstimos de curto
prazo recentemente concedidos a empresas brasileiras,
especialmente bancos. Se as
operações forem roladas a
prazos mais longos, terá sido
dado um sinal mais consistente de confiança no país.
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) voltou a
rejeitar as propostas de intervenção no câmbio.
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