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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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TRT julga 2ª movimento na Volvo, e operário recusa oferta da Renault

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O Tribunal Regional do Trabalho no Paraná julga na segunda-feira o dissídio coletivo dos trabalhadores da fábrica de Curitiba da Volvo, em greve desde anteontem. Na Renault de São José dos Pinhais, a paralisação completou ontem três dias, com um impasse nas negociações.
Hoje os funcionários da Volkswagen-Audi de São José dos Pinhais decidem em assembléia se também partem para a greve.
Liderado pela Força Sindical, o movimento salarial no pólo automotivo do Paraná mobiliza cerca de 8.400 trabalhadores. Cerca de 4.100 deles já estão parados: 1.600 na Volvo e 2.500 na Renault. Na Volks-Audi trabalham 2.800 pessoas e há outras 1.500 distribuídas pelas 12 empresas do parque industrial de Curitiba, fornecedoras de autopeças às três montadoras.
A reivindicação é o repasse imediato para os salários do índice de 14,61% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado de setembro de 2002 a março de 2003.
O julgamento do dissídio da Volvo foi pedido pela empresa anteontem à noite. Em assembléia horas depois de audiência de conciliação na Justiça do Trabalho, os funcionários rejeitaram contraproposta de abono de R$ 600 para todas as faixas, pago em cota única.
No pátio da Renault, os metalúrgicos e funcionários administrativos recusaram em assembléia, ontem, uma segunda proposta da empresa para acabar com o movimento. A montadora ofereceu R$ 500 de abono, também em parcela única e imediata.
Nos três dias de greve, a Renault deixou de produzir 1.020 carros. A paralisação na Volvo interrompeu a montagem de 50 caminhões. Nenhuma das empresas se manifestou sobre prejuízos.

Volks-Audi
A assembléia de hoje dos funcionários da Volks-Audi pode consumar um acordo. Os funcionários vão discutir a contraproposta da empresa à reivindicação de R$ 500 de abono em parcela única, ou R$ 550 em duas vezes, aprovada pela categoria em assembléia anterior. A montadora prometia nova contraproposta.
A Volks-Audi é a única montadora até o momento a garantir 100% de reposição do INPC na data-base de setembro. A Volvo admite 50%, e a Renault não se manifestou.
A direção da Volvo divulgou nota ontem em que afirma ter sido "surpreendida" pela greve. "Esse movimento acontece justamente quando a empresa acaba de pagar [em 28 de fevereiro] o maior plano de participação nos lucros e resultados da sua história", afirma. "Cerca de 60% dos funcionários receberam o equivalente a 2,5 salários nominais a mais referentes a 2002. Foram quase 16 salários para 12 meses trabalhados", diz a montadora.
O líder do movimento, Sérgio Butka, afirma que as greves no Paraná fazem parte de uma mobilização nacional por reposição da inflação "sem conotação política". Além de presidir o sindicato dos metalúrgicos, ele é vice-presidente nacional da Força Sindical e presidente da entidade no Paraná. Também é vereador pelo PPS em São José dos Pinhais.


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