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TRT julga 2ª movimento na Volvo,
e operário recusa oferta da Renault
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O Tribunal Regional do Trabalho no Paraná julga na segunda-feira o dissídio coletivo dos trabalhadores da fábrica de Curitiba da
Volvo, em greve desde anteontem. Na Renault de São José dos
Pinhais, a paralisação completou
ontem três dias, com um impasse
nas negociações.
Hoje os funcionários da Volkswagen-Audi de São José dos Pinhais decidem em assembléia se
também partem para a greve.
Liderado pela Força Sindical, o
movimento salarial no pólo automotivo do Paraná mobiliza cerca
de 8.400 trabalhadores. Cerca de
4.100 deles já estão parados: 1.600
na Volvo e 2.500 na Renault. Na
Volks-Audi trabalham 2.800 pessoas e há outras 1.500 distribuídas
pelas 12 empresas do parque industrial de Curitiba, fornecedoras
de autopeças às três montadoras.
A reivindicação é o repasse imediato para os salários do índice de
14,61% do INPC (Índice Nacional
de Preços ao Consumidor) acumulado de setembro de 2002 a
março de 2003.
O julgamento do dissídio da
Volvo foi pedido pela empresa
anteontem à noite. Em assembléia horas depois de audiência de
conciliação na Justiça do Trabalho, os funcionários rejeitaram
contraproposta de abono de R$
600 para todas as faixas, pago em
cota única.
No pátio da Renault, os metalúrgicos e funcionários administrativos recusaram em assembléia, ontem, uma segunda proposta da empresa para acabar
com o movimento. A montadora
ofereceu R$ 500 de abono, também em parcela única e imediata.
Nos três dias de greve, a Renault
deixou de produzir 1.020 carros.
A paralisação na Volvo interrompeu a montagem de 50 caminhões. Nenhuma das empresas se
manifestou sobre prejuízos.
Volks-Audi
A assembléia de hoje dos funcionários da Volks-Audi pode
consumar um acordo. Os funcionários vão discutir a contraproposta da empresa à reivindicação
de R$ 500 de abono em parcela
única, ou R$ 550 em duas vezes,
aprovada pela categoria em assembléia anterior. A montadora
prometia nova contraproposta.
A Volks-Audi é a única montadora até o momento a garantir
100% de reposição do INPC na
data-base de setembro. A Volvo
admite 50%, e a Renault não se
manifestou.
A direção da Volvo divulgou
nota ontem em que afirma ter sido "surpreendida" pela greve.
"Esse movimento acontece justamente quando a empresa acaba
de pagar [em 28 de fevereiro] o
maior plano de participação nos
lucros e resultados da sua história", afirma. "Cerca de 60% dos
funcionários receberam o equivalente a 2,5 salários nominais a
mais referentes a 2002. Foram
quase 16 salários para 12 meses
trabalhados", diz a montadora.
O líder do movimento, Sérgio
Butka, afirma que as greves no Paraná fazem parte de uma mobilização nacional por reposição da
inflação "sem conotação política". Além de presidir o sindicato
dos metalúrgicos, ele é vice-presidente nacional da Força Sindical e
presidente da entidade no Paraná.
Também é vereador pelo PPS em
São José dos Pinhais.
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