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São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003

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Jaques Wagner diz que União não vai interferir

SEBASTIÃO MONTALVÃO
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM GOIÂNIA

O ministro do Trabalho, Jaques Wagner, afirmou ontem em Goiânia (GO) que o governo federal não vai intervir nos movimentos grevistas pelo país. Para ele, empresas e trabalhadores deverão buscar o acordo. "A relação entre capital e trabalho é livre. O governo só acompanha. Não interfere."
Mas, se não houver um acordo até a próxima semana, o ministério pode procurar os sindicatos de metalúrgicos e as montadoras para tentar mediar um acordo, segundo o secretário de Relações do Trabalho, Osvaldo Bargas.
"Esperamos que a situação se resolva até lá e sem a participação do governo. Caso contrário, vamos entrar em contato com as partes e nos oferecer para a mediação", declarou.
O próprio ministro confirmou a existência de uma estrutura de acompanhamento dos movimentos e afirmou que o ministério está à disposição das partes para tentar encontrar a mediação.
Wagner também avalia que não existe uma onda grevista nos primeiros meses da administração petista, no que é acompanhado por Bargas e pelo presidente nacional do PT, José Genoino.
"Não vejo nenhuma relação entre esses fatores [...]. Acredito que a "novidade das greves" foi um fato marcante na década de 80, com o regime militar. Hoje elas acontecem no governo de PT, PSDB, PMDB, PFL ou qualquer outro partido", disse o ministro.
Segundo Genoino, as greves recentes nas montadoras por reajustes salariais são "normais" e contam com o apoio do partido. Para ele, o governo "não deve intervir nem se meter" nas reivindicações trabalhistas.
Jaques Wagner disse que o movimento grevista que poderia causar mais preocupação ao governo seria o do serviço público federal. "Nesse caso, haveria ingerência direta do governo. As demais [greves", em qualquer segmento econômico, para nós são encaradas com normalidade. É lógico que preferia que o entendimento fosse na negociação."


Com a Sucursal de Brasília


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