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Distribuidoras terão recursos do BNDES em maio
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Deverão começar a ser feitos em
maio os primeiros repasses de recursos do Tesouro Nacional, via
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para as distribuidoras de
energia que tiveram adiados para
2004 os reajustes de tarifas decorrentes do reflexo da alta do dólar
sobre a energia comprada por elas
da hidrelétrica de Itaipu.
De acordo com um técnico que
participa das negociações ouvido
pela Folha, não haverá tempo para assinar os contratos e começar
o repasse do dinheiro ainda neste
mês para as seis primeiras distribuidoras que terão direito ao empréstimo.
São elas a Cemat (MT), a Enersul (MS), a Cemig (MG), a CPFL
(SP), a AES Sul e a RGE, essas
duas do Rio Grande do Sul. As
seis receberão, parceladamente,
cerca de R$ 700 milhões. Quando
os empréstimos chegarem a todas
as empresas que terão direito a
eles, o Tesouro terá desembolsado um valor próximo a R$ 2 bilhões.
O novo empréstimo do governo
às elétricas deverá ter o mesmo
formato do que foi concedido pelo governo no ano passado (R$ 6
bilhões), a título de antecipação
de receitas para compensar perdas de faturamento sofridas pelas
empresas com o racionamento de
energia, de junho de 2001 a fevereiro de 2002.
Segundo o técnico ouvido pela
Folha, o custo do dinheiro para as
empresas deverá corresponder à
variação da taxa Selic (a taxa básica de juros do governo, atualmente em 26,5%) mais 1%, como foi
no empréstimo anterior.
Pelo modelo do empréstimo para compensar o apagão, a distribuidora só começará a fazer a
amortização quando começar a
entrar no seu caixa o dinheiro decorrente do reajuste tarifário.
Acordo
Esse novo empréstimo que o
governo está concedendo ao setor
elétrico decorre de um acordo para evitar que os reajustes das tarifas de energia elétricas pressionassem mais ainda os índices de
inflação.
Como a energia comprada de
Itaipu é indexada ao dólar, o governo buscou evitar que o impacto da alta da moeda dos EUA
ocorrida nos últimos meses do
ano passado fosse transferido de
uma vez para a chamada parcela
A (a parte não-gerenciável pela
distribuidora) das tarifas de energia.
Com o acordo, o governo conseguiu que os reajustes das tarifas
fossem menores em até 6,42 pontos percentuais, como ocorreu
com a Cemig.
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