São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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Bancos dos EUA podem precisar de mais US$ 900 bi, avalia Fed

DO ENVIADO A WASHINGTON

Em comunicado conjunto divulgado ontem na reunião do FMI e do Banco Mundial, o G7 (EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Japão e Itália) colocou como prioridade entre eles daqui em diante o enfrentamento da questão dos "ativos tóxicos" dos bancos.
O problema está na base da atual crise financeira e é a razão do travamento do mercado de crédito no mundo. O FMI estima que o total de ativos tóxicos nos bancos norte-americanos chegue a US$ 2,8 trilhões, e a US$ 4 trilhões no mundo.
Também ontem, o Fed (o banco central dos EUA) divulgou alguns detalhes dos chamados "testes de estresse" feitos nos 19 maiores bancos americanos. A partir dos resultados, que serão detalhados no próximo no dia 4, o Fed estima que esses bancos precisarão levantar cerca de US$ 900 bilhões em capital em 2010 para compensar a existência dos "ativos tóxicos" em suas carteiras.
Segundo estimativas do IIF (que reúne as 260 maiores instituições financeiras do mundo), os bancos já conseguiram levantar cerca de US$ 1 trilhão em capital desde o final do ano passado. Grande parte do dinheiro veio da injeção de recursos estatais.
A partir de maio, o Tesouro dos EUA tentará atrair investidores privados para colocar capital nos bancos. Para isso, seu plano prevê subsidiar ou garantir até US$ 0,93 para cada US$ 1,00 que os investidores privados se propuserem a injetar nas instituições. Os "testes de estresse" levam em conta uma série de premissas que podem ocorrer ou não na economia. A partir dos diferentes cenários, é calculado quanto o banco precisará em capital novo para seguir saudável.
No cenário mais adverso do Tesouro dos EUA e do Fed, a contração da economia norte-americana neste ano seria de 3,3% (o FMI estima -2,8%), com o desemprego em dezembro batendo em 8,9% (a taxa está em 8,5%). Em 2010, a elevação do PIB seria de 0,5% e o desemprego, de 10,3%.
As 19 instituições submetidas aos testes são responsáveis por cerca de dois terços dos ativos entre os bancos americanos e detêm mais da metade dos empréstimos do sistema bancário do país. Cerca de 140 funcionários do Fed, do Tesouro e da FDIC (agência que regula o setor) participaram dos "testes de estresse". (FCZ)


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