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Bancos dos EUA podem precisar de mais US$ 900 bi, avalia Fed
DO ENVIADO A WASHINGTON
Em comunicado conjunto divulgado ontem na reunião do
FMI e do Banco Mundial, o G7
(EUA, Canadá, Reino Unido,
Alemanha, França, Japão e Itália) colocou como prioridade
entre eles daqui em diante o enfrentamento da questão dos
"ativos tóxicos" dos bancos.
O problema está na base da
atual crise financeira e é a razão
do travamento do mercado de
crédito no mundo. O FMI estima que o total de ativos tóxicos
nos bancos norte-americanos
chegue a US$ 2,8 trilhões, e a
US$ 4 trilhões no mundo.
Também ontem, o Fed (o
banco central dos EUA) divulgou alguns detalhes dos chamados "testes de estresse" feitos
nos 19 maiores bancos americanos. A partir dos resultados,
que serão detalhados no próximo no dia 4, o Fed estima que
esses bancos precisarão levantar cerca de US$ 900 bilhões
em capital em 2010 para compensar a existência dos "ativos
tóxicos" em suas carteiras.
Segundo estimativas do IIF
(que reúne as 260 maiores instituições financeiras do mundo), os bancos já conseguiram
levantar cerca de US$ 1 trilhão
em capital desde o final do ano
passado. Grande parte do dinheiro veio da injeção de recursos estatais.
A partir de maio, o Tesouro
dos EUA tentará atrair investidores privados para colocar capital nos bancos. Para isso, seu
plano prevê subsidiar ou garantir até US$ 0,93 para cada US$
1,00 que os investidores privados se propuserem a injetar nas
instituições. Os "testes de estresse" levam em conta uma série de premissas que podem
ocorrer ou não na economia. A
partir dos diferentes cenários, é
calculado quanto o banco precisará em capital novo para seguir saudável.
No cenário mais adverso do
Tesouro dos EUA e do Fed, a
contração da economia norte-americana neste ano seria de
3,3% (o FMI estima -2,8%),
com o desemprego em dezembro batendo em 8,9% (a taxa está em 8,5%). Em 2010, a elevação do PIB seria de 0,5% e o desemprego, de 10,3%.
As 19 instituições submetidas aos testes são responsáveis
por cerca de dois terços dos ativos entre os bancos americanos
e detêm mais da metade dos
empréstimos do sistema bancário do país. Cerca de 140 funcionários do Fed, do Tesouro e
da FDIC (agência que regula o
setor) participaram dos "testes
de estresse".
(FCZ)
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