da Sucursal de Brasília

O Banco Central sinalizou ao mercado que poderá fazer vendas mais pesadas de títulos cambiais, caso persistam as pressões sobre a cotação do dólar que surgiram desde a crise da Argentina.
Esses papéis deram ao governo um prejuízo estimado em R$ 43,873 bilhões em janeiro e fevereiro passados, por causa da desvalorização da moeda nacional.
O BC anunciou que está emitindo R$ 6 bilhões de NBC-Es (Notas do Banco Central - série Especial), em dois lotes, um com prazo de seis meses e outro com vencimento em um ano.
Esses papéis irão reforçar a carteira do próprio BC e poderão ser vendidos ao mercado para atenuar eventuais pressões sobre o câmbio.
Desde que a cotação do dólar começou a cair, há dois meses, o BC não emitia volume tão expressivo de papéis cambiais. A média dos leilões vinha se mantendo em R$ 400 milhões, para a própria carteira do BC e para o mercado.
A única exceção ocorreu na semana passada, quando o BC sinalizou um alongamento do prazo dos títulos cambiais, com a emissão de R$ 4 bilhões com vencimento em dois anos. Os papéis foram incorporados à carteira do BC.
A venda de títulos cambiais é uma forma de atenuar a pressão sobre a cotação do dólar. As NBC-Es pagam aos investidores a variação da taxa de câmbio acrescida de juros definidos em leilão.
Os papéis cambiais eram largamente usados pelo BC antes da desvalorização do real, justamente para convencer o mercado de que não mudaria o regime cambial.
Em dezembro havia no mercado R$ 67,087 bilhões em títulos cambiais. A desvalorização do real fez essa dívida subir para R$ 110,946 bilhões em fevereiro. Após a máxi, em janeiro, o BC passou a ofertar lotes cada vez menores de papéis cambiais. A dívida cambial caiu para R$ 87,468 bilhões em abril.


Texto Anterior: Luís Nassif: Acertos de rumo
Próximo Texto: PIB chileno cai 2,3% no 1º trimestre
Índice