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BARRIL DE PÓLVORA
Corte na produção petrolífera faz cotação subir 4% e representa ameaça para o crescimento mundial
Opep reduz oferta para conter preço do óleo
DA REDAÇÃO
Na tentativa de manter a cotação do petróleo em níveis elevados, os países da Opep (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo) decidiram ontem reduzir sua produção diária, contrariando as expectativas. A notícia
fez a cotação do produto disparar
nos mercados internacionais e
causou temores de que o crescimento das maiores economias do
planeta possa ser afetado.
O cartel concordou em reduzir
em 3,5% (ou 900 mil barris diários) a produção de seus dez
membros (sem considerar o Iraque) a partir de 1º de novembro,
para 24,5 milhões de barris/dia.
O preço do barril tipo leve subiu
4,09%, para US$ 28,24, em Nova
York. Em Londres, a cotação foi
para US$ 26,67, alta de 4,47%.
As Bolsas reagiram mal à decisão. O índice Dow Jones da Bolsa
de Nova York teve queda 1,57%
ontem. A Nasdaq, Bolsa que reúne as ações de empresas de tecnologia, fechou aos 1.843,70 pontos,
um recuo de 3,05%, a maior queda em pontos desde julho de 2002.
"Não queremos que o mercado
quebre na nossa cabeça", disse
Rilwanu Lukman, conselheiro
presidencial da Nigéria sobre
energia. "As ações estão subindo,
os preços estão caindo, e o Iraque
está voltando para a Opep. Você
não seria cauteloso?"
Com a volta do Iraque como
produtor de petróleo, o cartel teme que os estoques mundiais subam muito, o que derrubaria os
preços. Há temores, porém, de
que uma alta significativa afete a
recuperação das principais economias, que dependem da Opep
para suprir sua demanda.
"Se os preços do petróleo continuarem a subir, as taxas de juros
do G7 podem ter que ser mais altas, o que não é bom para as projeções de recuperação", disse Paul
Robson, economista internacional do Bank One.
"A estratégia da Opep de manter os preços em níveis elevados
não pode contribuir para uma recuperação sustentada e uma volta
do crescimento econômico global", afirmou Claude Mandil, chefe da Agência Internacional de
Energia. "Estou desapontado."
O governo americano não quis
comentar diretamente a decisão,
dizendo apenas que "as forças do
mercado" deveriam determinar o
preço. "Crescimento depende de
suprimentos abundantes de energia. Tanto os países produtores
quanto os consumidores têm interesse em suprimentos de petróleo amplos e com preços acessíveis", avaliou Scott McClellan,
porta-voz da Casa Branca.
Antes do início da reunião do
cartel, vários ministros haviam
dito que não viam necessidade de
cortar a produção até o final do
ano. Por isso, a decisão causou
surpresa nos mercados.
Com agências internacionais
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