|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELES
Plano de metas previsto para 2006 é criticado pelas empresas em seminário
Anatel e fixas travam queda-de-braço
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O plano de metas para expansão
da telefonia definido pela Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) para vigorar a partir de
2006 está sob o fogo cruzado das
companhias telefônicas.
Em seminário, ontem, no Rio,
Telemar e Brasil Telecom criticaram a obrigatoriedade de instalação de linhas residenciais nas localidades com mais de 300 habitantes. Atualmente, a exigência
vale apenas para as localidades a
partir de 600 habitantes.
Para o diretor de assuntos regulatórios da Brasil Telecom, Luiz
Otávio Marcondes, haverá desperdício de recursos ""em nome
de uma teórica universalização do
serviço". A empresa alega que não
há demanda por linhas telefônicas em localidades pequenas e pobres e que o gasto com infra-estrutura vai onerar ainda mais as
tarifas cobradas dos usuários.
A Telemar diz que a exigência
não beneficiará a população de
baixa renda, que não tem dinheiro para comprar telefone. Segundo o diretor de assuntos regulatórios da empresa, Ércio Zilli, ela
tem centrais telefônicas em 63 localidades sem nenhum assinante
e que há 103 localidades com apenas um assinante em cada uma.
As duas teles querem mudança
no plano de metas, mas o superintendente de Universalização da
Anatel, Edmundo Matarazzo, diz
que a exigência será mantida.
Atualmente, as localidades com
população entre 300 e 600 habitantes são atendidas só com telefones públicos.
Matarazzo informou que a Anatel regulamentará, no mês que
vem, o telefone fixo pré-pago, que
não terá assinatura mensal básica.
A assinatura (de cerca de R$ 37
por mês) é a principal barreira para o acesso das famílias de baixa
renda ao telefone fixo. O pré-pago
fixo foi batizado de Aice (Acesso
Individual Classe Especial).
A taxa de habilitação e a tarifação do minuto no Aice serão
maiores do que as do plano básico, para compensar a ausência da
assinatura. As exigências de qualidade do serviço serão menores do
que no serviço com assinatura. A
partir de 2006, as teles serão obrigadas a atender os pedidos de instalação de linhas convencionais
em uma semana (o prazo atual é
de duas semanas). No Aice, o prazo de instalação será de 12 meses.
As grandes concessionárias de
telefonia local fixa são contra o
Aice, porque temem a migração
dos assinantes para o pré-pago. A
assinatura é uma das principais
fontes de receita das empresas.
Texto Anterior: Dirceu critica carga tributária e defende meta maior de superávit Próximo Texto: Vaca doente: Rússia deve manter veto à carne brasileira Índice
|