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Vale tem empréstimo-ponte de US$ 34 bi
Endividamento sobe de 10% para 40% de seu valor de mercado, mas analistas crêem que empresa alongará prazo de pagamento
Financiamento de aquisição da canadense Inco envolveu 34 instituições financeiras, lideradas por Credit Suisse, UBS, ABN Amro e Santander
DA SUCURSAL DO RIO
Para concretizar a compra da
Inco, a Vale do Rio Doce teve de
recorrer a um empréstimo liderado por quatro grandes bancos europeus -Credit Suisse,
UBS (ambos suíços), ABN Amro (Holanda) e Santander (Espanha)-, que colocaram à disposição da companhia US$ 34
bilhões.
A Vale não vai utilizar toda a
linha de crédito. Estima que
precisará de cerca de US$ 17,5
bilhões, no máximo, para fechar o negócio -os US$ 13,2 bilhões que terá de pagar já na
quinta-feira pelos 75,66% de
ações que adquiriu até ontem,
além do que restante necessário para comprar os papéis remanescentes no mercado canadense até 3 de novembro.
O financiamento do "pool"
de bancos -que envolveu 34
instituições- é do tipo "empréstimo-ponte", a ser substituído por outras fontes de financiamento em até, no máximo, dois anos, quando expira o
prazo da operação.
A Vale já havia informado
que não vai esperar vencer o
"empréstimo-ponte" para buscar alternativas de financiamento. O objetivo da companhia é alongar o prazo de pagamento da dívida contraída para
a aquisição da Inco de dois para
sete a dez anos.
Dívida maior
Ao final do segundo trimestre, o endividamento total da
Vale somava US$ 5,9 bilhões,
cifra considerada baixa diante
da robusta geração de caixa da
empresa.
Segundo especialistas, a dívida da Vale representa hoje 10%
de seu valor de mercado -o
percentual passará para 45%
com a nova dívida. Nesse nível,
dizem, a empresa compromete
parte significativa de sua geração de caixa.
Acredita-se no mercado, porém, que a empresa terá êxito
no alongamento da dívida, o
que irá retirar a pressão de curto prazo sobre sua geração de
caixa. Cristiane Vianna, analista da corretora Ágora, diz que a
empresa assumiu "uma dívida
relevante". Tem, porém, "uma
geração de caixa que a permite
amortizar seus compromissos", afirma a analista. Ela também acredita no sucesso do
alongamento do empréstimo.
Já Guilherme Marins, da corretora Ativa, afirma que o
maior endividamento não se
traduz em "risco" para a companhia, já que a empresa deve
alongar o prazo de pagamento
de suas obrigações. "A Vale terá
um patamar de alavancagem
saudável. Não acredito que a
companhia encontrará dificuldades para alongar sua dívida."
(PEDRO SOARES)
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