São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2006

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Mineradora e Petrobras animam investidor, e Bolsa sobe 0,69%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As ações da Vale do Rio Doce e da Petrobras sustentaram a valorização da Bolsa de Valores de São Paulo ontem. Os papéis das duas empresas, responsáveis por 36% de todo o volume negociado ontem, lideraram as altas e permitiram que a Bovespa subisse 0,69%.
Com o resultado de ontem, a Bovespa passou a acumular valorização de 8,37% no mês.
Ontem o índice Ibovespa encerrou o dia a 39.498 pontos, maior patamar desde 12 de maio. O recorde histórico da Bovespa foi atingido no dia 9 de maio (41.979 pontos).
As ações da Vale do Rio Doce subiram amparadas na notícia de que a companhia comprou cerca de 75% do capital da canadense Inco, tornando-se a segunda maior mineradora do mundo. A ação ordinária da Vale liderou as altas na Bolsa paulista, com 4,63% de ganho. O papel preferencial "A" da companhia subiu 3,14%.
Já as ações da Petrobras ganharam ânimo com a elevação do preço do petróleo no mercado externo. Os papéis da Petrobras subiram 2,57% (ON) e 2,39% (PN).
Se dependesse do cenário externo, a Bovespa poderia ter encerrado o dia em baixa. Sem notícias positivas que animassem o mercado financeiro, muitos investidores se desfizeram de ações lá fora. A Bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 0,46%, e o índice Dow Jones teve pequena elevação de 0,09%.
Na primeira hora de pregão, a Bovespa chegou a operar em queda de 0,35%.
Na tarde de hoje, a atenção do mercado global estará voltada à decisão do Fomc (o comitê do banco central norte-americano que define os juros básicos do país).
Segundo análise feita pela LCA Consultores, não há "divergências de expectativas quanto à taxa que será fixada", pois o mercado trabalha há tempos à espera da manutenção dos juros americanos em 5,25% ao ano.
"Mas há incertezas quanto ao tom que o Fed [o BC dos EUA] adotará no comunicado que emite após a decisão. Isso porque nas últimas semanas o mercado tem sido surpreendido com declarações conservadoras da autoridade monetária. De maneira geral, a maioria dos diretores do Fed tem revelado desconforto com a inflação", afirma a LCA.
Em maio, foi exatamente o tom conservador da nota que o Fed divulgou após sua reunião que levou o mercado acionário global a entrar em um período de ajustes, que puniu especialmente as Bolsas de emergentes, como o Brasil.
Superados os maiores temores em relação ao futuro da política monetária americana, a Bovespa começou a se recuperar da saída de capital externo -que a afetou entre maio e agosto- no mês passado. Neste mês, a entrada de dinheiro estrangeiro no pregão local tem crescido continuamente.
No dia 18, o saldo mensal dos negócios estrangeiros na Bolsa estava positivo em R$ 562 milhões. No dia 19, o balanço mostrava entrada líquida de R$ 603,5 milhões.

Em alta
O dólar registrou alta ontem de 0,51%, indo a R$ 2,151. Mas, no mês, a moeda norte-americana ainda registra baixa diante do real, de 0,92%.
Apesar da elevação de ontem, o dólar segue abaixo das projeções médias das instituições financeiras para a moeda no fim de 2006, que é de R$ 2,18.
Segundo operadores do mercado de câmbio, a autoridade monetária tem comprado nos últimos dias montantes maiores de dólares dos bancos em suas intervenções diárias, o que tem evitado que a moeda estrangeira estrangeira desça abaixo dos R$ 2,10.


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