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Governo pode baixar imposto para coibir contrabando e sonegação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo mudou as regras de
importação de eletroeletrônicos e
estuda baixar os impostos que incidem sobre o setor para coibir o
contrabando e a sonegação de impostos. Com as medidas, os ministérios do Desenvolvimento e
da Ciência e Tecnologia pretendem acabar com o domínio do
mercado cinza nas vendas de
computadores e possibilitar a ampliação da indústria nacional.
As importações do setor de eletroeletrônicos não serão mais liberadas automaticamente. O governo produziu uma lista de preços de mercado dos produtos importados pelo Brasil que serão
comparados com o valor declarado pelo importador. Toda vez que
o preço declarado de importação
não bater com o preço de monitoramento, o comprador terá de dar
explicações antes de entrar com
as mercadorias no país.
O levantamento de preços do
governo indica, por exemplo, que
um gabinete custa entre US$ 5 e
US$ 45. Preços abaixo ou acima
desse valor serão fiscalizados.
"Quando o sistema estiver em
funcionamento, ninguém vai ter
coragem de importar gabinetes a
US$ 0,03. Essas aberrações vão
acabar", afirma o secretário-executivo do Desenvolvimento, Benjamim Sicsú. Entre janeiro e outubro, 339,6 mil gabinetes foram
importados por esse valor.
Os ministérios do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia
também editaram uma medida
que permite a fiscalização das empresas que se beneficiam da redução de imposto prevista na Lei de
Informática. Atualmente, 12 empresas estão sendo auditadas.
Redução de impostos
Outra medida, que ainda está
em estudo, é a redução dos impostos que incidem sobre o setor.
Sicsú, que defende a proposta,
afirma que, com custos menores,
o diferencial de preço entre os
computadores vendidos por fabricantes legalmente instalados e
os do mercado cinza cairia. Hoje
essa diferença é de aproximadamente 40%. O objetivo é reduzi-la
para 20%.
"O mercado cinza nunca vai
acabar. Mas, em vez de tomar
conta de 65% do mercado, ficará
apenas com 35% das vendas. Esse
é o nosso objetivo."
Se as previsões de Sicsú se confirmarem, não haveria perda de
arrecadação mesmo com a redução de impostos. As vendas da indústria nacional aumentariam, o
que compensaria a redução da
carga tributária.
Alguns dos negociantes que
operam no mercado cinza também teriam incentivos para pagar
imposto, pois as economias viabilizadas pela sonegação já não
compensariam os riscos.
Atualmente, dos R$ 2.200 pagos
na compra de um computador
médio, R$ 325 reais são de impostos (ICMS, IPI, Imposto de Importação, PIS e Cofins).
(AS)
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