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Preço de gás em SP só deve subir em maio
Em janeiro, porém, produto vendido às concessionárias deve ficar 10% mais caro
Se Petrobras mantiver
correções trimestrais, em
janeiro, haverá uma alta
acumulada de 45% no preço
do gás nacional, diz Abrace
MARINA FALEIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O preço do gás natural consumido no Estado de São Paulo
não deve sofrer aumentos, pelo
menos até 31 de maio de 2008,
quando ocorre o reajuste anual
do produto. A informação é da
Comgás e da CSPE (Comissão
de Serviços Públicos de Energia), órgão estadual que autoriza o aumento de tarifas.
De acordo com a Abrace (Associação Brasileira de Grandes
Consumidores Industriais de
Energia e de Consumidores Livres), no entanto, em janeiro o
preço do produto vendido pela
Petrobras às concessionárias já
estará 10% maior, devido à alta
do valor do petróleo. "Se a Petrobras continuar usando o
mesmo método que adota desde maio de 2007, com correções trimestrais, em janeiro já
estará acumulada uma alta de
45% no preço do gás nacional,
devido ao fato de preço do barril de petróleo estar perto de
US$ 100", diz Clóvis Correia
Júnior, coordenador da área de
energia térmica da Abrace.
Ele explica que nem toda essa porcentagem é repassada para o consumidor final, já que a
composição da tarifa também
inclui gastos com transporte e a
margem da concessionária.
Além disso, o gás que sofreu essa alta é o de produção nacional, ou seja, a maior incidência
de reajuste ficará nos Estados
que não dependem do produto
vindo da Bolívia, como Rio de
Janeiro, Minas Gerais e os do
Norte e do Nordeste. São Paulo
também sofrerá o aumento,
mas em escala menor, já que
apenas cerca de 30% do gás que
consome é nacional.
Sérgio Luiz da Silva, vice-presidente responsável pelo
mercado de grandes consumidores na área de concessão da
Comgás, confirma que os repasses serão feitos só em maio,
numa combinação de altas do
preço do petróleo, correção pelo IGP-M e cálculos sobre a
produtividade da concessionária. "Por mais que se anuncie
aumento do preço de gás, o repasse só será feito nessa data."
Plano tarifário
Correia Júnior afirma também que novas altas poderão
acontecer no ano que vem, caso
a Petrobras coloque em prática
seu novo plano tarifário, que
deixa as tarifas de transporte
iguais para todos os Estados.
"Isso encarecerá o gás nos Estados que hoje não pagam essa
taxa ou a pagam com um valor
baixo, como Alagoas, Sergipe,
Espírito Santo, Bahia e Rio."
Silva também comentou a
proposta da Aneel de aumentar
de 33% para 61% o volume mínimo de água nos reservatórios
das hidrelétricas considerado
seguro para geração de eletricidade, o que levaria ao acionamento de termelétricas movidas a gás antes do que se imaginava. Para ele, a portaria ignora
a oferta de gás disponível no
país. "Se fizerem isso, vão decretar um apagão energético."
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