São Paulo, domingo, 25 de novembro de 2007

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Preço de gás em SP só deve subir em maio

Em janeiro, porém, produto vendido às concessionárias deve ficar 10% mais caro

Se Petrobras mantiver correções trimestrais, em janeiro, haverá uma alta acumulada de 45% no preço do gás nacional, diz Abrace

MARINA FALEIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O preço do gás natural consumido no Estado de São Paulo não deve sofrer aumentos, pelo menos até 31 de maio de 2008, quando ocorre o reajuste anual do produto. A informação é da Comgás e da CSPE (Comissão de Serviços Públicos de Energia), órgão estadual que autoriza o aumento de tarifas.
De acordo com a Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), no entanto, em janeiro o preço do produto vendido pela Petrobras às concessionárias já estará 10% maior, devido à alta do valor do petróleo. "Se a Petrobras continuar usando o mesmo método que adota desde maio de 2007, com correções trimestrais, em janeiro já estará acumulada uma alta de 45% no preço do gás nacional, devido ao fato de preço do barril de petróleo estar perto de US$ 100", diz Clóvis Correia Júnior, coordenador da área de energia térmica da Abrace.
Ele explica que nem toda essa porcentagem é repassada para o consumidor final, já que a composição da tarifa também inclui gastos com transporte e a margem da concessionária. Além disso, o gás que sofreu essa alta é o de produção nacional, ou seja, a maior incidência de reajuste ficará nos Estados que não dependem do produto vindo da Bolívia, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e os do Norte e do Nordeste. São Paulo também sofrerá o aumento, mas em escala menor, já que apenas cerca de 30% do gás que consome é nacional.
Sérgio Luiz da Silva, vice-presidente responsável pelo mercado de grandes consumidores na área de concessão da Comgás, confirma que os repasses serão feitos só em maio, numa combinação de altas do preço do petróleo, correção pelo IGP-M e cálculos sobre a produtividade da concessionária. "Por mais que se anuncie aumento do preço de gás, o repasse só será feito nessa data."

Plano tarifário
Correia Júnior afirma também que novas altas poderão acontecer no ano que vem, caso a Petrobras coloque em prática seu novo plano tarifário, que deixa as tarifas de transporte iguais para todos os Estados. "Isso encarecerá o gás nos Estados que hoje não pagam essa taxa ou a pagam com um valor baixo, como Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Bahia e Rio."
Silva também comentou a proposta da Aneel de aumentar de 33% para 61% o volume mínimo de água nos reservatórios das hidrelétricas considerado seguro para geração de eletricidade, o que levaria ao acionamento de termelétricas movidas a gás antes do que se imaginava. Para ele, a portaria ignora a oferta de gás disponível no país. "Se fizerem isso, vão decretar um apagão energético."


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