São Paulo, terça, 26 de janeiro de 1999

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Dólar vai a R$ 1,80; saem mais US$ 101 mi

VANESSA ADACHI
da Reportagem Local

Em um dia de poucos negócios por causa do feriado paulista em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo, o dólar voltou a subir fortemente, fechando a R$ 1,80 para venda.
Esse também foi o teto do dia.
Foi uma alta de 4,7% em relação à cotação de fechamento da sexta-feira, R$ 1,72. Desde o dia 12 de janeiro, véspera da primeira mudança na política cambial, a alta acumulada chega a 48,6%.
Na média do Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 1,76 para venda, com alta de 3,5% no dia e de 45,3% desde o dia 12.
Apesar de ser grande em termos percentuais, a valorização de ontem não é tão significativa quanto à dos dias anteriores. A baixa liquidez do mercado, em razão do feriado, torna a formação de preço da moeda imperfeita.
Poucos clientes procuraram os bancos para fechar câmbio e as negociações ficaram restritas às próprias instituições financeiras.
O fluxo cambial ficou bem abaixo da média recente, que tem variado entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões ao dia.
Até as 18h15, US$ 101 milhões haviam deixado o país -US$ 3 milhões pelo segmento flutuante e US$ 98 milhões pelo comercial.
² Unificação
A decisão do governo de unir os segmentos comercial e flutuante do câmbio foi recebida com naturalidade. "Não existe mais motivo para ter dois tipos de câmbio já que a cotação foi liberada", diz Roberto Campos, gerente da área internacional do banco Bozano, Simonsen.
Quanto ao aumento de 50% do limite de posições vendidas dos bancos, o sentimento é de que não fará diferença no momento, muito menos aliviará a pressão de alta sobre o dólar.
Isso porque nenhum banco tem interesse em ficar "vendido" em dólar. Vender um dólar que não tem para comprá-lo no dia seguinte é considerado muito arriscado nesse momento. A maioria dos bancos tem preferido ficar "comprada" em dólar, ou seja, ficar com uma reserva da moeda, temendo novas altas.



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