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DESVALORIZAÇÃO
No entanto haveria repasse de 3,8% do aumento da Cofins dia 1º
Governo pode absorver reajuste do combustível
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério
da Fazenda, Cláudio Considera,
disse ontem que os preços dos
combustíveis não subirão por causa da desvalorização cambial.
De acordo com o secretário, o
que pode ocorrer é um aumento
máximo de 3,8% no preço da gasolina a partir de 1º de fevereiro caso
haja o repasse integral ao consumidor do aumento de 2% para 3%
da alíquota da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
O presidente da Petrobrás, Joel
Rennó, disse que a empresa não
pensa em pedir reajuste, mas não
quis dizer o limite de desvalorização que ela é capaz de absorver.
Considera afirmou que terá hoje
uma reunião com os setores do governo que têm interferência na definição de preços dos combustíveis
para que se tome uma decisão.
O governo vai decidir se absorve
ou não o aumento da Cofins nas
duas etapas da formação dos preços dos combustíveis ainda sujeitas ao controle de preços (a remuneração da Petrobrás e o preço de
venda às distribuidoras). Isso reduziria o percentual de aumento
final da gasolina.
"Provavelmente não vamos absorver nada e vai tudo ser repassado aos preços. O aumento da Cofins já estava decidido em lei e entra em vigor em 1º de fevereiro",
disse Considera.
O secretário afirmou também
que em relação ao óleo diesel ainda
não foi discutido o repasse da Cofins, mas afirmou que, se ele ocorrer, será de aproximadamente a
metade do da gasolina.
Considera disse esperar que a regulação natural do mercado impeça os donos de postos de abastecimento de fazer o repasse integral
do aumento de custos provocado
pela nova alíquota da Cofins.
Segundo ele, se todo mundo repassar 3,8%, isso pode configurar
formação de cartel, passível de punição pela SDE (Secretaria de Direito Econômico).
O preço da gasolina ao consumidor está liberado a partir da saída
da refinaria, e tanto o distribuidor
como o revendedor podem estipular o preço final que desejarem.
"Não haverá a volta do controle de
preços", disse Considera.
²
Ajuste fiscal
Ao decidir que não repassará aos
preços dos combustíveis o aumento de custos de importação de petróleo e derivados provocado pela
desvalorização do real em relação
ao dólar, o governo pode estar
comprometendo suas próprias
metas de ajuste fiscal.
No pacote de ajuste baixado entre outubro e novembro do ano
passado, o governo decidiu que
nos próximos três anos vai arrecadar R$ 4,95 bilhões por ano com a
PPE (Parcela de Preço Específica),
uma parcela variável embutida nos
preços dos combustíveis.
Para evitar o aumento de preços,
tanto por causa da Cofins como
pela desvalorização cambial, o governo terá que encurtar essa parcela, com risco de prejuízo para sua
meta de ajuste.
Ao saber que não haveria repasse
do ajuste cambial, o secretário do
Tesouro Nacional, Eduardo Augusto Guimarães, disse: "Se isso
for verdade, terá que ser compensado em algum outro lado".
Considera disse que a absorção
da desvalorização cambial pela
PPE não vai comprometer a meta
de ajuste fiscal porque ela será feita
com a perda de uma quantia excedente ao valor do ajuste.
²
Colaborou
Luiz Antônio Ryff, da Sucursal do
Rio
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