São Paulo, terça, 26 de janeiro de 1999

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Petrobrás poderá ter prejuízo

da Sucursal do Rio

A decisão do governo de não repassar ao consumidor o aumento de gastos com importações de petróleo e derivados provocado pela desvalorização cambial, além do possível impacto negativo no ajuste fiscal, vai tirar dinheiro do caixa da Petrobrás.
O dinheiro arrecadado pelo Tesouro com a PPE (Parcela de Preço Específico) é usado, na sua maior parte, para cobrir subsídios ainda existentes no setor e para pagar à estatal débitos da União com ela, acumulados do tempo em que a Petrobrás cobria esses subsídios.
A PPE é uma parcela variável que fica entre o valor pago à Petrobrás pelos combustíveis refinados e o preço de venda dos produtos aos distribuidores, fixado pelo governo.
Quanto mais o petróleo importado fica barato, mais o valor pago à Petrobrás baixa, e mais a PPE fica maior. Nos últimos tempos, com a queda do preço do óleo, a PPE vinha gerando cerca de US$ 400 milhões por mês.
² Preço fixo
Quando o governo decide manter fixo o preço de venda às distribuidoras, mesmo com o aumento de custos da estatal, reduz a parcela da PPE e, consequentemente, o valor que ele tem para pagar suas dívidas com a Petrobrás.
Se a desvalorização cambial chegar a um ponto em que o preço de refinaria bata no teto do preço de venda às distribuidoras, ou o governo repassa ao consumidor ou passa a dar prejuízo direto à Petrobrás, além de perder a arrecadação tributária gerada pela PPE e seguir devedor da sua controlada.
(CS)



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