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ESPECULAÇÕES
Porta-voz diz que rumor preocupa FHC
Presidente descarta a centralização
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
"lamenta que se
dê curso à especulação de centralização de
câmbio", afirmou ontem o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral.
"Se fosse para centralizar o câmbio, não seria necessária a desvalorização cambial. Se houve essa desvalorização foi justamente para
evitar a centralização do câmbio.
Esses rumores não têm fundamento nos fatos", disse Amaral.
A Folha defendeu a centralização do câmbio em editorial no domingo.
Segundo o porta-voz, "falar e dar
curso a essa especulação significa
unicamente criar uma fonte de inquietação sobre a economia, que
não encontra base nos fatos e, ao
que se sabe, não tem base tampouco numa análise mais acurada do
cronograma de pagamento e de
entradas previstas de recursos ao
longo deste ano".
O presidente, de acordo com
Amaral, está preocupado com o
crescimento da idéia. "O melhor
para o país (no momento) é a flutuação do câmbio justamente para
evitar uma centralização, que seria
altamente prejudicial para o país",
afirmou o porta-voz.
Segundo o porta-voz, a decisão
de deixar flutuar o câmbio foi tomada para evitar um esgotamento
das reservas que obrigasse o governo a adotar medidas como a centralização. "Não tem razão de ser
falar em centralização de câmbio
quando o país tem US$ 36 bilhões
em reservas", completou.
Amaral disse que, se a desvalorização do real ficar em 30%, como o
governo espera, a projeção da inflação anual para este ano é de 7%.
O secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Augusto Guimarães,
disse ontem, no Rio, que "não há a
menor hipótese de centralização
do câmbio" por parte do governo.
Ele afirmou que não existe também "nenhuma possibilidade" de
o governo decretar uma "moratória técnica" para refazer o estrago
nas suas contas provocado pela
desvalorização do real em relação
ao dólar norte-americano.
O secretário não quis fazer uma
projeção do aumento da dívida interna provocado pela desvalorização, dizendo que isso não pode ser
feito enquanto não se souber em
quanto ficará essa desvalorização.
Guimarães limitou-se a informar
que a parcela da dívida do Tesouro
indexada ao dólar é de R$ 25 bilhões e que, somada à do Banco
Central , ela chega a R$ 60 bilhões.
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