São Paulo, terça, 26 de janeiro de 1999

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ÁSIA
Em encontro com investidores estrangeiros, primeiro-ministro diz estar estudando liberação da saída de recursos
Malásia admite rever controle de capitais

das agências internacionais

O primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, afirmou ontem que seu governo ainda está estudando formas de reduzir o controle do fluxo de capitais imposto em setembro do ano passado.
Mahathir disse, numa reunião com 20 investidores estrangeiros, que estuda rever a obrigação de pagamento de uma taxa no repatriamento de divisas para fora da Malásia. Ele não deu prazo para o fim das restrições.
Ele também afirmou no encontro que pode considerar uma revisão no câmbio do ringgit, moeda malaia, que foi tornado fixo na mesma ocasião. As medidas visavam ajudar o país a sair da recessão em que estava por conta da crise asiática.
"Podemos rever o câmbio fixo se isso se tornar um problema para a Malásia", afirmou Mahathir.
O encontro de uma hora e meia, organizado pelo banco de investimentos norte-americano Salomon Smith Barney, ocorreu em meio à expectativa de que o governo malaio reduza os controles de entrada e saída de capitais.
Isso permitiria que os administradores de fundos estrangeiros repatriassem parte dos cerca de US$ 10 bilhões bloqueados no mercado do país.
A chefe do Salomon na Malásia, Yeo Kar Peng, afirmara também que o governo estaria preparando um anúncio a respeito do fim da taxa de saída para o capital estrangeiro, segundo a agência de notícias estatal "Bernama".
"Neste momento, o primeiro-ministro não pode comentar muito, mas certamente isso está sendo considerado e um anúncio deve ocorrer muito depressa", afirmou, sem dar mais detalhes.
Segundo ela, qualquer mudança no câmbio do ringgit que esteja sendo considerada não seria feita no futuro imediato.
Embora esteja se recuperando rapidamente dos estragos da crise asiática, a Malásia perdeu investimentos estrangeiros e está procurando formas de atraí-los de volta.
O governo estima que precise atrair US$ 15,8 bilhões em capital externo até o ano 2000 para recapitalizar os bancos e aumentar o consumo interno.
Além disso, o país também precisa levantar dinheiro, tanto estrangeiro como interno, para financiar seu déficit orçamentário no primeiro semestre deste ano.



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