São Paulo, sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

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Apesar de dia negativo no exterior, Bolsa avança 0,5%

Ações ficam atraentes após 4 dias de queda; dólar vale R$ 1,83

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE

A Bolsa de Valores de São Paulo ignorou ontem o mau humor nos mercados internacionais com a possibilidade de rebaixamento da avaliação de risco da Grécia e a fragilidade do mercado de trabalho nos EUA. O Ibovespa, principal termômetro dos negócios no país, encerrou com alta de 0,5%, aos 66.121 pontos.
A recuperação da Bolsa brasileira interrompeu uma sequência de quatro dias consecutivos de perdas, o que tornou mais atraente o preço de várias ações.
A valorização ontem foi atribuída à recuperação no preço de commodities metálicas e a resultados considerados positivos das siderúrgicas Gerdau e Usiminas, além do aumento no volume de negócios, indício da entrada de dinheiro de estrangeiros na Bolsa brasileira.
Ontem, a Bovespa movimentou R$ 6,24 bilhões, bastante acima dos R$ 4,6 bilhões da véspera, quando os operadores reduziram o ritmo dos negócios por conta das incertezas.
Os resultados do quarto trimestre da Gerdau e da Usiminas foram bem recebidos pelos analistas, que viram retomada mais consistente das vendas e aumento nos preços do setor.
A ação preferencial da Usiminas subiu 5,17%, enquanto a da Gerdau teve ganhos de 4,02% no dia. A ação preferencial da Vale, que girou sozinha R$ 650 milhões, subiu 0,72%, e a da Petrobras, 1,29%.
As ações dos bancos recuaram ontem após a confirmação do aumento dos depósitos compulsórios, dinheiro dos bancos retido no Banco Central, anunciado na véspera. O compulsório maior tende a reduzir o volume de recursos para os bancos fazerem empréstimos, além de tornar os juros mais altos ao consumidor.
As ações preferenciais do Bradesco recuaram 0,16%, e as do Itaú Unibanco, 0,03%. Já as ações do Banco do Brasil recuaram 1,48% após a divulgação dos resultados do quarto trimestre, considerados fracos pelos analistas.
"Nossas expectativas para o setor continuam positivas apesar do compulsório. O crescimento da carteira de crédito se baseia no aumento do poder aquisitivo da população e da produção industrial", avalia Persio Nogueira Jr., analista da corretora Planner.

Descolamento
Os mercados amanheceram repercutindo a advertência das agências de classificação de risco sobre o estado das contas públicas da Grécia. O nervosismo com a situação da zona do euro derrubou as Bolsas asiáticas e contaminou os mercados europeus e americanos, que operaram com sinal negativo durante toda a jornada.
No Brasil, a Bolsa seguiu a mesma tendência durante boa parte do dia, mas se "descolou" no final da tarde com a procura por papéis depreciados nos últimos dias.
Segundo Pedro Galdi, analista da corretora SLW, os investidores continuam inseguros em relação à trajetória do euro, que segue se desvalorizando devido às dificuldades dos países europeus em harmonizar suas políticas econômicas.
"Há muita dificuldade em chegar a consensos. A Grécia não está se entendendo com os vizinhos e resiste em cortar os gastos", disse.
Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou ontem com baixa de 0,51% no índice Dow Jones e de 0,21% no S&P 500.
No mercado de câmbio, o dólar comercial terminou o dia vendido a R$ 1,831, com valorização de 0,27%. O Banco Central comprou a moeda americana ontem a R$ 1,8338.


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