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Apesar de dia negativo no exterior, Bolsa avança 0,5%
Ações ficam atraentes após 4 dias de queda; dólar vale R$ 1,83
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
A Bolsa de Valores de São
Paulo ignorou ontem o mau
humor nos mercados internacionais com a possibilidade de
rebaixamento da avaliação de
risco da Grécia e a fragilidade
do mercado de trabalho nos
EUA. O Ibovespa, principal termômetro dos negócios no país,
encerrou com alta de 0,5%, aos
66.121 pontos.
A recuperação da Bolsa brasileira interrompeu uma sequência de quatro dias consecutivos de perdas, o que tornou
mais atraente o preço de várias
ações.
A valorização ontem foi atribuída à recuperação no preço
de commodities metálicas e a
resultados considerados positivos das siderúrgicas Gerdau e
Usiminas, além do aumento no
volume de negócios, indício da
entrada de dinheiro de estrangeiros na Bolsa brasileira.
Ontem, a Bovespa movimentou R$ 6,24 bilhões, bastante
acima dos R$ 4,6 bilhões da
véspera, quando os operadores
reduziram o ritmo dos negócios por conta das incertezas.
Os resultados do quarto trimestre da Gerdau e da Usiminas foram bem recebidos pelos
analistas, que viram retomada
mais consistente das vendas e
aumento nos preços do setor.
A ação preferencial da Usiminas subiu 5,17%, enquanto a da
Gerdau teve ganhos de 4,02%
no dia. A ação preferencial da
Vale, que girou sozinha R$ 650
milhões, subiu 0,72%, e a da Petrobras, 1,29%.
As ações dos bancos recuaram ontem após a confirmação
do aumento dos depósitos
compulsórios, dinheiro dos
bancos retido no Banco Central, anunciado na véspera. O
compulsório maior tende a reduzir o volume de recursos para os bancos fazerem empréstimos, além de tornar os juros
mais altos ao consumidor.
As ações preferenciais do
Bradesco recuaram 0,16%, e as
do Itaú Unibanco, 0,03%. Já as
ações do Banco do Brasil recuaram 1,48% após a divulgação
dos resultados do quarto trimestre, considerados fracos
pelos analistas.
"Nossas expectativas para o
setor continuam positivas apesar do compulsório. O crescimento da carteira de crédito se
baseia no aumento do poder
aquisitivo da população e da
produção industrial", avalia
Persio Nogueira Jr., analista da
corretora Planner.
Descolamento
Os mercados amanheceram
repercutindo a advertência das
agências de classificação de risco sobre o estado das contas
públicas da Grécia. O nervosismo com a situação da zona do
euro derrubou as Bolsas asiáticas e contaminou os mercados
europeus e americanos, que
operaram com sinal negativo
durante toda a jornada.
No Brasil, a Bolsa seguiu a
mesma tendência durante boa
parte do dia, mas se "descolou"
no final da tarde com a procura
por papéis depreciados nos últimos dias.
Segundo Pedro Galdi, analista da corretora SLW, os investidores continuam inseguros em
relação à trajetória do euro, que
segue se desvalorizando devido
às dificuldades dos países europeus em harmonizar suas políticas econômicas.
"Há muita dificuldade em
chegar a consensos. A Grécia
não está se entendendo com os
vizinhos e resiste em cortar os
gastos", disse.
Nos EUA, a Bolsa de Nova
York fechou ontem com baixa
de 0,51% no índice Dow Jones e
de 0,21% no S&P 500.
No mercado de câmbio, o dólar comercial terminou o dia
vendido a R$ 1,831, com valorização de 0,27%. O Banco Central comprou a moeda americana ontem a R$ 1,8338.
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