São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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Heron critica estimativas

da Redação

Muitas previsões de taxas de inflação que estão sendo feitas por economistas e no mercado financeiro estão superestimadas, na avaliação de Heron do Carmo, da Fipe.
Ele diz que essas estimativas cometem o mesmo erro do ano passado, quando as previsões indicavam inflação para 98 e alguns índices acabaram registrando deflação. A própria Fipe errou, reconhece.
Para Heron do Carmo, muitas dessas estimativas ignoram o fator renda. A queda de preços em 98 ocorreu devido à perda de renda da população, uma situação que está se agravando ainda mais neste ano.
Para mostrar o quanto a perda de renda está influenciando os preços, Heron do Carmo cita o exemplo da gasolina, que, mesmo com o aumento de imposto sobre o produto no início deste mês, os preços tiveram pouca variação em São Paulo.Nos últimos 30 dias, a alta foi de apenas 0,57%, contra os 8% previstos de aumento.
Outro item que mostra que a renda está pondo um freio nos aumentos é o caso do café. Desde a desvalorização do real, os preços acumulavam alta de 35% em São Paulo até o dia 23. Nos dois últimos dias caíram 2,3% nos supermercados, mostra o Procon/Dieese.
A inflação, para Heron do Carmo, será "maquiavelesca", ou seja, vai ocorrer em pequeno espaço de tempo. (MZ)




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