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INVESTIMENTOS
Fusões e aquisições movimentaram US$ 35 bi no Brasil em 1998
RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local
A crise econômica iniciada no
ano passado não abateu o interessepela compra e união de empresas no Brasil. Um balanço preparado pela consultoria KPMG indica
que foram fechados 351 negócios
entre companhias em 98.
O resultado é 6% menor do que o
de 97, quando ocorreram 372 fusões e aquisições.
"Em compensação, o valor das
transações subiu", diz Márcio Lutterbach, sócio da KPMG. "Em 98,
as fusões e aquisições movimentaram entre US$ 35 bilhões e US$ 40
bilhões."
Para 99, existem duas perspectivas bastante diferentes. O primeiro
semestre deverá ser marcado por
uma queda nos negócios devido à
indefinição na economia.
No segundo semestre, a KPMG
espera que ocorra uma nova onda
de negócios, embalada pelo baixo
preço, em dólares, das empresas
brasileiras.
"O segundo semestre deve ser
tão movimentado quanto os mesmos períodos de 98 e de 97", diz o
consultor.
A expectativa é que seja acentuada uma tendência registrada no
ano passado.
Em 98, houve crescimento de 8%
nas fusões e aquisições comandadas por multinacionais, passando
de 204 para 221 negócios.
As operações entre companhias
brasileiras caíram 29%, passando
de 168 para 130.
"Como muitas empresas brasileiras estão fragilizadas pela crise,
deve haver aumento da participação de companhias estrangeiras",
diz Lutterbach.
A participação das empresas estrangeiras na economia brasileira
cresce, sem interrupção, desde o
início da década.
Em 93, foram realizadas 150 fusões e aquisições no país. Oitenta e
dois negócios foram fechados por
multinacionais, cerca de um terço
menos do que no ano passado.
Outra característica marcante do
processo de fusões e aquisições no
Brasil é a concentração em algumas áreas de negócios.
Há seis anos, as empresas de alimentação, bebidas e fumo lideram
o ranking do número de negócios
fechados no país.
No ano passado, 36 das 351 fusões e aquisições ocorreram entre
empresas do setor.
A novidade foi a crescente participação das empresas de telecomunicações, desbancando as instituições financeiras como o segundo setor mais movimentado com
novos negócios.
Foram fechados 31 negócios entre empresas de telecomunicações,
contra 28 fusões e aquisições de
bancos ou seguradoras.
São esses setores que concentram também os valores mais altos
de negociação, como no caso da
privatização da Telebrás e da compra do banco Real pelo holandês
ABN-Amro.
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