São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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ABN demitirá 8% de empregados no país

da Reportagem Local

O banco holandês ABN-Amro anunciou ontem, em Amsterdã, que pretende demitir 8% de seus funcionários no Brasil.
O anúncio foi feito durante a divulgação dos resultados mundiais do banco em 1998. Segundo diretores do ABN-Amro, a estrutura do banco cresceu muito no país no ano passado.
Em 1998, o ABN-Amro adquiriu o controle do banco Real e do Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco). Com as duas novas aquisições, o ABN-Amro soma cerca de 20 mil empregados no país.
A empresa pretende demitir 1600 funcionários, mas os cortes não serão imediatos, segundo o banco. Deverão ocorrer ao longo dos próximos anos. O Bandepe já anunciou plano de corte de 30% a 40% de seus 1600 empregados.
Segundo o executivo-chefe do ABN-Amro, Jan Kalff, os resultados devem piorar no Brasil em 1999.Terceiro maior mercado do ABN-Amro, o Brasil deverá apresentar uma taxa mais alta de inadimplência nos empréstimos bancários em 1999. "Ainda não vimos o pior no Brasil", diz Kalff.
No ano passado, o banco holandês lucrou em todo o mundo US$ 2 bilhões, 4,5% a mais do que em 1997. Para 1999, as previsões são de cautela porque o banco ainda prevê problemas na Rússia, na Indonésia, na Tailândia e no Paquistão.
Se os riscos também aumentaram no Brasil, o ABN-Amro teve uma compensação com a desvalorização da moeda. De acordo com Kalff, o ABN-Amro já tem 80% das ações do banco Real. O negócio, orçado em US$ 3 bilhões, saiu US$ 150 milhões mais barato com a desvalorização.


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