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Bancos do Brasil têm US$ 35 bi em Cayman
da Sucursal de Brasília
Os créditos e as aplicações que
bancos brasileiros mantêm em
agências e subsidiárias nas Ilhas
Cayman, paraíso fiscal do Caribe,
atingem US$ 35 bilhões, ou 5% dos
ativos totais do sistema financeiro
nacional.
O Banco Central, que divulgou
ontem os dados, anunciou a assinatura de convênio com as Ilhas
Cayman para que a fiscalização
brasileira tenha acesso a dados de
bancos brasileiros naquele país.
Em outros dois paraísos fiscais,
Panamá e Bahamas, a fiscalização
do BC continuará a ser feita apenas
informalmente. Neles, os bancos
brasileiros têm US$ 10,3 bilhões.
O acordo com Cayman autoriza
que o BC fiscalize apenas os ativos
(empréstimos e outras aplicações).
Não foi permitido acesso aos depósitos recebidos por agências e
subsidiárias, que são protegidas
por rígidas leis de sigilo bancário.
"Do ponto de vista da supervisão
bancária, o importante é fiscalizar
a qualidade dos ativos, para saber
se os recursos que saíram do país
estão sendo bem aplicados no exterior", disse ontem Cláudio
Mauch, diretor de Normas do BC.
Segundo ele, mesmo antes da assinatura do convênio o BC já vinha
fiscalizando informalmente os ativos brasileiros em Cayman. Norma editada em 1996 obriga os bancos que não abrem esses dados a
ampliar sua capitalização.
Na prática, foi essa norma que
forçou o Banco Central de Cayman
a assinar um convênio permitindo
a fiscalização do Brasil.
Com o convênio, o BC poderá
enviar fiscais a Cayman para checar pessoalmente os registros de
operações dos bancos.
Mauch disse que convênios semelhantes ainda estão sendo negociados com as Bahamas (22 agências e subsidiárias, com US$ 9,5 bilhões em ativos) e o Panamá (três
agências e subsidiárias, com US$
800 milhões em ativos).
Nesses dois países, entretanto, a
legislação impõe sigilo ainda mais
rígido aos dados, que não permite
ao BC nem mesmo ter acesso aos
ativos de agências e subsidiárias.
Enquanto os convênios não são
concluídos, a fiscalização continuará sendo feita informalmente.
Mauch afirmou que nenhum banco deixou de abrir os dados ao BC.
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