|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Malan quer melhorar imagem do país
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
O ministro Pedro Malan (Fazenda) vai iniciar em março uma nova
ofensiva no exterior para tentar
melhorar a credibilidade do governo e aumentar o fluxo de recursos
estrangeiros para o país -desde a
moratória russa, em agosto de 98,
até agora, as reservas internacionais do Brasil caíram de mais de
US$ 70 bilhões para cerca de US$
35,7 bilhões.
A estratégia de Malan deve começar por Paris, onde será realizada a próxima reunião anual do BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento).
As conversas com o banco deverão ser iniciadas entre os dias 12 e
17 de março, quando acontecerão
encontros paralelos à reunião
anual do BID, entre 15 e 17 de março.
A Folha apurou que Malan pretende se reunir com os presidentes
dos bancos centrais europeus, investidores e representantes de
bancos privados.
O presidente do BID, Enrique
Iglesias, já convidou Malan para
participar de seminário sobre os
efeitos da crise financeira nos países emergentes. Embora Malan
não tenha confirmado sua participação, ele sabe que o Brasil terá sua
situação analisada com atenção
pelos investidores estrangeiros.
Mesmo tendo negociado um empréstimo "preventivo" de US$ 41,5
bilhões do FMI (Fundo Monetário
Internacional), o Brasil acabou
mudando sua política cambial no
início deste ano, adotando o câmbio flutuante e desvalorizando o
real em relação ao dólar. Com isso,
as atenções dos investidores externos se voltaram novamente para o
país.
Boas notícias
A equipe econômica espera ter
notícias positivas para receber e
anunciar aos investidores estrangeiros. O BID deve anunciar durante sua reunião anual que está liberando um empréstimo de US$
3,4 bilhões para o Brasil. Prevista
para ser anunciada nesta semana,
a medida foi adiada para março.
O governo também espera que o
presidente indicado do Banco
Central, Armínio Fraga, e os cinco
novos diretores da instituição tenham seus nomes aprovados pelo
Senado Federal na próxima terça-feira. Fraga deverá acompanhar
Malan nas reuniões, que deverão
incluir encontros em Londres (Inglaterra) e Frankfurt (Alemanha).
Entre o período de conclusão da
revisão do acordo com o FMI e sua
aprovação pela direção do organismo, o governo espera o anúncio
da aprovação, pela Câmara, da
prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) por mais 36 meses,
até 2002. A CPMF deixou de ser cobrada em 23 de janeiro deste ano.
US$ 1,65 bi do Bird
Malan recebeu ontem o representante do Banco Mundial no
Brasil, Gobind Nankani, que confirmou a previsão de emprestar pelo menos US$ 1 bilhão ao país em
março e US$ 650 milhões em abril.
Nankani disse que o Bird espera
que a inflação brasileira fique entre
9% e 11% neste ano.
Texto Anterior: Bancos do Brasil têm US$ 35 bi em Cayman Próximo Texto: Lafer prevê superávit em fevereiro Índice
|