São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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Malan quer melhorar imagem do país

VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília

O ministro Pedro Malan (Fazenda) vai iniciar em março uma nova ofensiva no exterior para tentar melhorar a credibilidade do governo e aumentar o fluxo de recursos estrangeiros para o país -desde a moratória russa, em agosto de 98, até agora, as reservas internacionais do Brasil caíram de mais de US$ 70 bilhões para cerca de US$ 35,7 bilhões.
A estratégia de Malan deve começar por Paris, onde será realizada a próxima reunião anual do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
As conversas com o banco deverão ser iniciadas entre os dias 12 e 17 de março, quando acontecerão encontros paralelos à reunião anual do BID, entre 15 e 17 de março.
A Folha apurou que Malan pretende se reunir com os presidentes dos bancos centrais europeus, investidores e representantes de bancos privados.
O presidente do BID, Enrique Iglesias, já convidou Malan para participar de seminário sobre os efeitos da crise financeira nos países emergentes. Embora Malan não tenha confirmado sua participação, ele sabe que o Brasil terá sua situação analisada com atenção pelos investidores estrangeiros.
Mesmo tendo negociado um empréstimo "preventivo" de US$ 41,5 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil acabou mudando sua política cambial no início deste ano, adotando o câmbio flutuante e desvalorizando o real em relação ao dólar. Com isso, as atenções dos investidores externos se voltaram novamente para o país.

Boas notícias
A equipe econômica espera ter notícias positivas para receber e anunciar aos investidores estrangeiros. O BID deve anunciar durante sua reunião anual que está liberando um empréstimo de US$ 3,4 bilhões para o Brasil. Prevista para ser anunciada nesta semana, a medida foi adiada para março.
O governo também espera que o presidente indicado do Banco Central, Armínio Fraga, e os cinco novos diretores da instituição tenham seus nomes aprovados pelo Senado Federal na próxima terça-feira. Fraga deverá acompanhar Malan nas reuniões, que deverão incluir encontros em Londres (Inglaterra) e Frankfurt (Alemanha).
Entre o período de conclusão da revisão do acordo com o FMI e sua aprovação pela direção do organismo, o governo espera o anúncio da aprovação, pela Câmara, da prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) por mais 36 meses, até 2002. A CPMF deixou de ser cobrada em 23 de janeiro deste ano.

US$ 1,65 bi do Bird
Malan recebeu ontem o representante do Banco Mundial no Brasil, Gobind Nankani, que confirmou a previsão de emprestar pelo menos US$ 1 bilhão ao país em março e US$ 650 milhões em abril. Nankani disse que o Bird espera que a inflação brasileira fique entre 9% e 11% neste ano.


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