São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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MANIFESTAÇÃO
Motoristas tentam impedir saída de comboio para Santos; Ford tem quatro veículos queimados
Cegonheiros voltam a protestar

Matuiti Mayeso/Folha Imagem
Polícia Militar faz escolta de carros em direção ao porto de Santos, devido a protesto de cegonheiros autônomos no ABC paulista


da Reportagem Local

Terminou em violência mais um protesto de cegonheiros autônomos contra a Autoport, empresa de transporte do ABC paulista responsável pela distribuição dos veículos da Ford.
Ontem pela manhã, cegonheiros autônomos tentaram mais uma vez impedir a saída de um comboio de carretas com veículos Ford para o porto de Santos.
O efetivo da Polícia Militar da região e dois pelotões do Batalhão de Choque tiveram que intervir, com o uso de bombas de gás lacrimogêneo, para que o comboio pudesse seguir.
Segundo a PM, cerca de 200 cegonheiros participaram do protesto de ontem.
Quatro veículos da Ford foram incendiados e três manifestantes acabaram detidos. Houve feridos sem gravidade.
Na última sexta, uma carreta de transporte e um veículo de imprensa foram danificados.
No começo da tarde, um outro comboio saiu em direção ao porto, também com escolta policial. Não ocorreu conflito desta vez.
Até o final do ano passado, os autônomos participavam ativamente do transporte dos veículos da montadora, mas uma concorrência realizada pela Associação Brasileira dos Distribuidores Ford foi ganha pela Autoport.
A empresa quer modificar o sistema de distribuição. Os cegonheiros afirmam que a mudança vai diminuir o uso de autônomos no transporte.
De acordo com o diretor do sindicato dos cegonheiros autônomos, Elias Fazan, a Autoport deve operar 80% da distribuição dos veículos produzidos pela Ford com frota própria.
O sindicalista diz que a orientação durante os protestos é a de evitar ações violentas e que não sabe a razão dos conflitos.
Segundo Fazan, houve feridos por culpa da Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogêneo sem necessidade. Ele afirmou desconhecer o responsável pelo fogo nos veículos e insinuou que pode ter sido "armação".
O capitão da Polícia Militar responsável pela operação, José Quesada Farina, disse que os manifestantes atiraram artefatos incendiários nos carros danificados e provocaram o conflito.
No sábado, a PM convocou para uma reunião o sindicato dos cegonheiros e a Autoport, mas não houve acordo. (ME)




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