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AVIAÇÃO
Proposta de substituição de Fernando Pinto, devido à sua atuação na crise do real, é rejeitada por fundação
Presidente da Varig é mantido no cargo
da Sucursal do Rio
O presidente
da Varig, Fernando Pinto,
deve continuar
na direção da
companhia,
apesar de divergências no conselho administrativo quanto à sua
permanência no cargo.
No último dia 18, o presidente do
conselho administrativo da Varig,
Walterson Caravajal, ex-diretor de
Recursos Humanos da empresa,
chegou a propor a substituição de
Pinto na presidência da empresa
por Nélson Bastos, executivo da
Gradiente.
Os representantes da Fundação
Rubem Berta -acionista majoritária da companhia, com 87% das
ações- se opuseram à demissão
de Pinto e o mantiveram no cargo.
Caravajal e outros representantes questionavam a atuação do
presidente da Varig diante da crise
causada pela desvalorização do
real.
A companhia teve um prejuízo
de US$ 60 milhões nos nove primeiros meses do ano passado, de
acordo com o último balanço. A
Varig deve aproximadamente US$
1,8 bilhão, a maior parte em dólares. Com a flutuação do câmbio, a
dívida da Varig, expressa em reais,
cresceu cerca de 60%.
Pinto conta com o forte apoio
dos pilotos da companhia, que têm
220 representantes no conselho
curador da Fundação Rubem Berta.
Já no conselho administrativo da
Varig, estão representantes de credores da empresa como a Boeing e
a General Electric, além de representantes da Fundação Rubem
Berta.
Ontem, o conselho curador da
fundação passou a tarde inteira
reunida no Rio, mas, segundo a assessoria de imprensa da Varig, não
teria discutido a permanência de
Pinto na empresa.
O conselho administrativo da
Varig voltou a se reunir extraordinariamente anteontem e decidiu
convocar assembléia geral dos
acionistas para o próximo dia 24
de março. A assembléia deverá eleger os novos representantes do
conselho administrativo da companhia.
Na última segunda feira, Pinto
disse à Folha que está estudando
um corte no quadro de funcionários da empresa.
Segundo ele, a Varig terá de demitir funcionários caso se confirmem as previsões de queda de 5%
na receita. A Varig tem cerca de 20
mil empregados.
Ele afirmou que a nova política
de preços da empresa será decidida de acordo com a desvalorização
do real. Se a cotação do dólar cair
para algo entre R$ 1,70 e R$ 1,80, a
empresa ainda terá condições de
manter os preços atuais.
Se o dólar ficar acima desse patamar, poderá haver reajuste nas tarifas aéreas.
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