São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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AVIAÇÃO
Proposta de substituição de Fernando Pinto, devido à sua atuação na crise do real, é rejeitada por fundação
Presidente da Varig é mantido no cargo

da Sucursal do Rio

O presidente da Varig, Fernando Pinto, deve continuar na direção da companhia, apesar de divergências no conselho administrativo quanto à sua permanência no cargo.
No último dia 18, o presidente do conselho administrativo da Varig, Walterson Caravajal, ex-diretor de Recursos Humanos da empresa, chegou a propor a substituição de Pinto na presidência da empresa por Nélson Bastos, executivo da Gradiente.
Os representantes da Fundação Rubem Berta -acionista majoritária da companhia, com 87% das ações- se opuseram à demissão de Pinto e o mantiveram no cargo.
Caravajal e outros representantes questionavam a atuação do presidente da Varig diante da crise causada pela desvalorização do real.
A companhia teve um prejuízo de US$ 60 milhões nos nove primeiros meses do ano passado, de acordo com o último balanço. A Varig deve aproximadamente US$ 1,8 bilhão, a maior parte em dólares. Com a flutuação do câmbio, a dívida da Varig, expressa em reais, cresceu cerca de 60%.
Pinto conta com o forte apoio dos pilotos da companhia, que têm 220 representantes no conselho curador da Fundação Rubem Berta.
Já no conselho administrativo da Varig, estão representantes de credores da empresa como a Boeing e a General Electric, além de representantes da Fundação Rubem Berta.
Ontem, o conselho curador da fundação passou a tarde inteira reunida no Rio, mas, segundo a assessoria de imprensa da Varig, não teria discutido a permanência de Pinto na empresa.
O conselho administrativo da Varig voltou a se reunir extraordinariamente anteontem e decidiu convocar assembléia geral dos acionistas para o próximo dia 24 de março. A assembléia deverá eleger os novos representantes do conselho administrativo da companhia.
Na última segunda feira, Pinto disse à Folha que está estudando um corte no quadro de funcionários da empresa.
Segundo ele, a Varig terá de demitir funcionários caso se confirmem as previsões de queda de 5% na receita. A Varig tem cerca de 20 mil empregados.
Ele afirmou que a nova política de preços da empresa será decidida de acordo com a desvalorização do real. Se a cotação do dólar cair para algo entre R$ 1,70 e R$ 1,80, a empresa ainda terá condições de manter os preços atuais.
Se o dólar ficar acima desse patamar, poderá haver reajuste nas tarifas aéreas.


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