São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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Werlang vê chances para mudança

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O economista do Itaú e ex-diretor do Banco Central Sérgio Werlang entendeu que a ata do Comitê de Política Monetária divulgada ontem sinalizou a possibilidade de o BC perseguir um nível de inflação acima da meta estabelecida para este ano, de 5,5%.
"Acho que a ata abriu o caminho para mudanças na meta de inflação nos próximos meses", disse Werlang, que trabalhou no BC na época da implementação do regime.
Na sua opinião, basta que os índices a serem divulgados confirmem que os aumentos de preços foram causados por choques de oferta e por fatores sazonais para que o BC justifique buscar um alvo superior a 5,5%.
Werlang também defende uma meta maior neste ano, para evitar o risco de que a economia seja castigada pelos juros altos. Ele acredita que o BC poderia perseguir um alvo entre 6% e 6,5%.
Para Werlang, há espaço para o BC cortar os juros em 0,25 ponto percentual nos três próximos meses -a taxa básica chegaria ao final do ano entre 13,5% e 14,5%.
Para Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, o mercado enxergou uma sinalização de que, se os choques de ofertas continuarem exercendo pressão sobre a inflação, mexer na meta seria uma hipótese a ser considerada pelo Banco Central.
"A ata diz que as circunstâncias atuais não recomendam procedimentos para acomodar choques de oferta. Mesmo assim, abriu uma janela para discutir a possibilidade de oscilação da meta de inflação", afirma o economista Ricardo Boulos, do banco Santos.


Com a Reportagem Local


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