São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÉDITO

Contrapartida exigida para programas será menor

Banco Mundial flexibiliza regras de financiamentos para o Brasil

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Bird (Banco Mundial) decidiu flexibilizar as regras para empréstimos para o Brasil. O vice-presidente da instituição para a América Latina e Caribe, David De Ferranti, anunciou que as mudanças poderão elevar para US$ 2 bilhões o volume de financiamentos para o país até junho.
A flexibilização das regras permitirá que a União, os Estados e os municípios fiquem desobrigados de apresentar contrapartidas financeiras em determinados programas. A mudança atende a pedidos do governo, pois a falta de recursos para oferecer como contrapartida dificultava o uso de dinheiro do Bird.
Pelas regras atuais, programas financiados com recursos do Bird exigem desembolso por parte do governo. Em geral, o organismo internacional empresta 50% dos recursos, e o governo entra com o restante.
"Fizemos uma avaliação extremamente positiva sobre o futuro do Brasil. Na região [América Latina e Caribe], o Brasil tem uma das melhores perspectivas não somente para 2004 e 2005 como mais para a frente", afirmou De Ferranti.
Com a nova metodologia, que não acabará com a regra anterior, a contrapartida do governo serão os próprios recursos orçamentários gastos nos projetos. A intenção é iniciar esse novo modelo com o Bolsa-Família.
"O governo tem previsto no Orçamento cerca de R$ 5 bilhões para o Bolsa-Família. Essa já é a contrapartida. O apoio que está sendo negociado pode significar até 10% do montante", disse o diretor do Bird para o Brasil, Vinod Thomas.
Thomas explicou que as liberações de US$ 2 bilhões até junho não são recursos novos destinados ao país. Entre julho de 2002 e junho de 2003, já foram liberados US$ 1,25 bilhão para o Brasil. No fim de 2003, o Bird já anunciara que a estratégia de apoio ao Brasil para 2004-2007 previa US$ 7,5 bilhões em novos financiamentos.
O programa Primeiro Emprego e iniciativas em habitação e energia elétrica no setor rural também estão na lista de programas que poderão ser incluídos na nova metodologia do Bird.
"É uma mudança significativa porque temos confiança no Brasil e no governo", disse De Ferranti.


Texto Anterior: Sem polêmica: FMI nega preocupação com juros do BNDES
Próximo Texto: Contas: Governo central tem superávit de R$ 4,1 bi
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.