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CRÉDITO
Contrapartida exigida para programas será menor
Banco Mundial flexibiliza regras de financiamentos para o Brasil
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Bird (Banco Mundial) decidiu
flexibilizar as regras para empréstimos para o Brasil. O vice-presidente da instituição para a América Latina e Caribe, David De Ferranti, anunciou que as mudanças
poderão elevar para US$ 2 bilhões
o volume de financiamentos para
o país até junho.
A flexibilização das regras permitirá que a União, os Estados e
os municípios fiquem desobrigados de apresentar contrapartidas
financeiras em determinados
programas. A mudança atende a
pedidos do governo, pois a falta
de recursos para oferecer como
contrapartida dificultava o uso de
dinheiro do Bird.
Pelas regras atuais, programas
financiados com recursos do Bird
exigem desembolso por parte do
governo. Em geral, o organismo
internacional empresta 50% dos
recursos, e o governo entra com o
restante.
"Fizemos uma avaliação extremamente positiva sobre o futuro
do Brasil. Na região [América Latina e Caribe], o Brasil tem uma
das melhores perspectivas não somente para 2004 e 2005 como
mais para a frente", afirmou De
Ferranti.
Com a nova metodologia, que
não acabará com a regra anterior,
a contrapartida do governo serão
os próprios recursos orçamentários gastos nos projetos. A intenção é iniciar esse novo modelo
com o Bolsa-Família.
"O governo tem previsto no Orçamento cerca de R$ 5 bilhões para o Bolsa-Família. Essa já é a contrapartida. O apoio que está sendo
negociado pode significar até 10%
do montante", disse o diretor do
Bird para o Brasil, Vinod Thomas.
Thomas explicou que as liberações de US$ 2 bilhões até junho
não são recursos novos destinados ao país. Entre julho de 2002 e
junho de 2003, já foram liberados
US$ 1,25 bilhão para o Brasil. No
fim de 2003, o Bird já anunciara
que a estratégia de apoio ao Brasil
para 2004-2007 previa US$ 7,5 bilhões em novos financiamentos.
O programa Primeiro Emprego
e iniciativas em habitação e energia elétrica no setor rural também
estão na lista de programas que
poderão ser incluídos na nova
metodologia do Bird.
"É uma mudança significativa
porque temos confiança no Brasil
e no governo", disse De Ferranti.
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