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Mundo está longe das metas sociais, avalia Bird
DE WASHINGTON
O Banco Mundial reconheceu
ontem no encerramento da reunião anual do FMI, em Washington, que o mundo continua ""distante" de alcançar as metas sociais
estabelecidas pelas Nações Unidas para 2015.
Conhecidas como Metas do Milênio, o conjunto de melhorias sociais -de redução de pobreza e
nas áreas de saúde e educação-
está atrasado principalmente em
países da África e na América Latina.
O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, atribuiu
o fracasso das metas ""à maior falta de sentido nas coisas que podemos imaginar: enquanto o mundo gasta US$ 900 bilhões ao ano
em defesa, emprega apenas US$
60 bilhões em ajuda a países necessitados", disse.
No caso da redução do número
de miseráveis no mundo, houve
uma estagnação na América Latina, fruto de uma década de baixo
crescimento, e um aumento na
África subsaariana.
A situação mundial não piorou
mais pelo fato de a China e o leste
da Ásia terem avançado mais rapidamente.
Outra das Metas do Milênio é
assegurar o acesso à escola a todas
as crianças do mundo até 2015. De
acordo com o Banco Mundial, seriam necessários aproximadamente US$ 5,6 bilhões para atingir esse objetivo.
Segundo a ONG Oxfam, os
EUA, por exemplo, devem gastar
este ano 300 vezes mais recursos
com a Guerra do Iraque do que o
empregado em programas educacionais em países pobres.
""Os países ricos deveriam estar
focados nas causas dos conflitos e
da instabilidade. Não o contrário.
Uma das principais (causas) é a
falta de educação e de oportunidade nos países pobres", disse
Wolfensohn.
A principal sugestão do comitê
da ONU formado por 187 países
para o cumprimento das Metas
do Milênio também continua sem
ser atendida.
Entre os países ricos que se
comprometeram com as metas,
apenas cinco vêm dirigindo o
equivalente a 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) a programas
de ajuda internacional.
Ngozi Okonjo-Iweala, presidente do Comitê de Desenvolvimento
do Banco Mundial e do FMI, cobrou dos países ricos a abertura
de seus mercados às nações mais
pobres como forma de ajudar a
acelerar o cumprimento das Metas do Milênio.
""Reformas estruturais, mais dinheiro em ajuda direta e o combate à corrupção seriam muito mais
efetivos com um aumento das taxas de crescimento", disse Okonjo-Iweala.
Ironicamente, foram poucos os
protestos no fim de semana contra as duas instituições que reconheceram o fracasso no cumprimento, até aqui, das Metas do Milênio. Foram poucos os protestos
que reconheceram o fracasso das
metas.
(FCz)
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