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Se não emprestar, banco
deixará R$ 1,5 bi no BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os bancos públicos e privados
serão obrigados a direcionar pelo
menos 2% dos recursos depositados em contas correntes, cerca de
R$ 1,5 bilhão, para créditos de pequeno valor. Se o banco não quiser atuar nesse ramo, terá que depositar o dinheiro compulsoriamente no Banco Central.
Apesar disso, o governo diz que
o direcionamento de parte dos recursos para operações de microcrédito não é obrigatório.
"Não podemos obrigar os bancos a atuar com microcrédito.
Eles podem depositar o recurso
no BC, sem remuneração, ou
transferir o dinheiro para outro
banco que atue na área", disse o
ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda).
O microcrédito é um empréstimo de pequeno valor com taxas
de juros mais baixas que terá regras fixadas pelo governo.
Ele afirmou que o governo pretende elevar progressivamente os
recursos destinados ao microcrédito. Para isso, o direcionamento
deverá aumentar com o tempo e a
quantidade de recursos oficiais
envolvidos também.
O direcionamento máximo dos
recursos de depósitos à vista será
estabelecido por medida provisória e o CMN (Conselho Monetário
Nacional) fixará o percentual mínimo. Ontem, Palocci explicou
que o governo estuda um piso de
2% e um teto de 4%.
As regras que os bancos deverão
obedecer na oferta de microcrédito serão negociadas com as instituições e fixadas em julho pelo
CMN. "Vamos ouvir os bancos
primeiro", disse o ministro.
Palocci adiantou, porém, que
será sugerida uma taxa de juros
máxima de 2% ao mês para empréstimos de até R$ 1.000.
O CMN ainda vai definir a tarifa
máxima pela abertura do crédito
e o prazo mínimo das operações.
"As pessoas de baixa renda
muitas vezes acabam tendo que
recorrer a agiotas, pagando juros
escorchantes e correndo riscos até
físicos, sempre que necessitam de
recursos para a aquisição de algum bem, pagamento de contas
ou despesas inesperadas", diz nota do Palácio do Planalto. O objetivo do governo, segundo a nota, é
"sanar esse problema".
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