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BB vai criar subsidiária "popular"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil vai criar uma
subsidiária nova, o Banco Popular do Brasil, para atender a população de renda mais baixa. Mas essa nova empresa não tem prazo
para sair do papel.
Uma medida provisória autorizou ontem a criação do novo banco e de uma subsidiária para a
área de consórcios, mas o BB vai
esperar a aprovação da MP no
Congresso Nacional, apesar de ela
entrar em vigor imediatamente. A
justificativa é que a medida pode
sofrer alterações durante o processo de votação.
Segundo o vice-presidente da
área de varejo do Banco do Brasil,
Edson Monteiro, será feita uma
experiência em cinco cidades do
país depois que a medida for
aprovada. O teste servirá para que
o banco possa avaliar a "sustentabilidade" das operações. O presidente do BB, Cássio Casseb, disse
que será observado o compromisso com os acionistas minoritários do banco e que ele não vai
sair "duplicando estruturas".
Em comunicado às Bolsas de
Valores, o banco disse que a criação de uma empresa nova para lidar com microfinanças tem o objetivo de dar maior transparência
aos acionistas. Ou seja, os resultados dessa empresa poderão ser
observados de maneira separada.
Monteiro disse que a subsidiária relacionada aos consórcios será criada cerca de 90 dias após a
aprovação da medida provisória.
Essa empresa deverá facilitar a
aquisição de bens duráveis (veículos, motos, eletrodomésticos,
máquinas e equipamentos agrícolas e rodoviários).
A idéia é direcionar R$ 300 milhões para consórcios no primeiro ano de funcionamento da empresa.
O banco popular funcionará
por meio da rede de correspondentes bancários do BB (supermercados, farmácias, cooperativas) e o banco pretende atender 1
milhão de pessoas até 2004.
BNDES ampliará atuação
O presidente do BNDES, Carlos
Lessa, disse que a instituição deve
aumentar a sua atuação na área de
microcrédito de 100 mil operações por ano para 1 milhão. Serão
destinados R$ 1 bilhão para esses
créditos e o repasse do dinheiro
poderá ser feito por meio de fundos constituídos pelas prefeituras
e por sindicatos. Hoje, o repasse é
feito por outros tipos de entidade.
Nos empréstimos de até R$
1.000, o BNDES praticará taxa de
juros de 2% ao mês. "Nosso
"spread" [diferença entre custo de
captação e de repasse] será zero."
O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, ressaltou que a instituição foi pioneira na criação de contas correntes
simplificadas desde maio. Segundo ele, serão mais de 500 mil até o
final deste ano.
Cerca de 30 dias após a aprovação das regras para o microcrédito, prevista para julho, a Caixa deverá oferecer imediatamente um
crédito de R$ 200 para quem tem
conta simplificada há mais de três
meses e para pequenos poupadores.
Casseb, do BB, explicou que o
banco popular flexibilizará as exigências para conceder microcréditos e microfinanciamentos. Para reduzir o risco de inadimplência, o banco preferirá oferecer empréstimos de menor valor a um
número maior de pessoas.
A agitação dos presidentes dos
três bancos estatais em anunciar
as suas novidades motivou uma
brincadeira do ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda): "Não sei
se vocês já repararam, mas já está
havendo uma concorrência aqui
entre os bancos públicos".
Ontem, o Banco do Brasil anunciou redução das taxas de juros
praticadas em várias linhas de financiamento e a criação de novas
linhas de créditos para compra de
material de construção, para pagamento antecipado de parte do
13º salário e para capital de giro. A
Caixa deverá anunciar suas novas
taxas no início de julho.
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