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São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2003

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BB vai criar subsidiária "popular"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil vai criar uma subsidiária nova, o Banco Popular do Brasil, para atender a população de renda mais baixa. Mas essa nova empresa não tem prazo para sair do papel.
Uma medida provisória autorizou ontem a criação do novo banco e de uma subsidiária para a área de consórcios, mas o BB vai esperar a aprovação da MP no Congresso Nacional, apesar de ela entrar em vigor imediatamente. A justificativa é que a medida pode sofrer alterações durante o processo de votação.
Segundo o vice-presidente da área de varejo do Banco do Brasil, Edson Monteiro, será feita uma experiência em cinco cidades do país depois que a medida for aprovada. O teste servirá para que o banco possa avaliar a "sustentabilidade" das operações. O presidente do BB, Cássio Casseb, disse que será observado o compromisso com os acionistas minoritários do banco e que ele não vai sair "duplicando estruturas".
Em comunicado às Bolsas de Valores, o banco disse que a criação de uma empresa nova para lidar com microfinanças tem o objetivo de dar maior transparência aos acionistas. Ou seja, os resultados dessa empresa poderão ser observados de maneira separada.
Monteiro disse que a subsidiária relacionada aos consórcios será criada cerca de 90 dias após a aprovação da medida provisória. Essa empresa deverá facilitar a aquisição de bens duráveis (veículos, motos, eletrodomésticos, máquinas e equipamentos agrícolas e rodoviários).
A idéia é direcionar R$ 300 milhões para consórcios no primeiro ano de funcionamento da empresa.
O banco popular funcionará por meio da rede de correspondentes bancários do BB (supermercados, farmácias, cooperativas) e o banco pretende atender 1 milhão de pessoas até 2004.

BNDES ampliará atuação
O presidente do BNDES, Carlos Lessa, disse que a instituição deve aumentar a sua atuação na área de microcrédito de 100 mil operações por ano para 1 milhão. Serão destinados R$ 1 bilhão para esses créditos e o repasse do dinheiro poderá ser feito por meio de fundos constituídos pelas prefeituras e por sindicatos. Hoje, o repasse é feito por outros tipos de entidade.
Nos empréstimos de até R$ 1.000, o BNDES praticará taxa de juros de 2% ao mês. "Nosso "spread" [diferença entre custo de captação e de repasse] será zero."
O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, ressaltou que a instituição foi pioneira na criação de contas correntes simplificadas desde maio. Segundo ele, serão mais de 500 mil até o final deste ano.
Cerca de 30 dias após a aprovação das regras para o microcrédito, prevista para julho, a Caixa deverá oferecer imediatamente um crédito de R$ 200 para quem tem conta simplificada há mais de três meses e para pequenos poupadores.
Casseb, do BB, explicou que o banco popular flexibilizará as exigências para conceder microcréditos e microfinanciamentos. Para reduzir o risco de inadimplência, o banco preferirá oferecer empréstimos de menor valor a um número maior de pessoas.
A agitação dos presidentes dos três bancos estatais em anunciar as suas novidades motivou uma brincadeira do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda): "Não sei se vocês já repararam, mas já está havendo uma concorrência aqui entre os bancos públicos".
Ontem, o Banco do Brasil anunciou redução das taxas de juros praticadas em várias linhas de financiamento e a criação de novas linhas de créditos para compra de material de construção, para pagamento antecipado de parte do 13º salário e para capital de giro. A Caixa deverá anunciar suas novas taxas no início de julho.


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