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ANÁLISE
Greenspan vive delicado equilíbrio
DO "FINANCIAL TIMES"
Ao optar por um corte de
0,25 ponto percentual, em
lugar do 0,5 defendido por um de
seus membros, o Comitê Federal
de Mercado Aberto deixou espaço para um novo corte. Também
adiou o dia em que se verá forçado a adotar a arriscada estratégia
de ações heterodoxas. Devemos
agora esperar para ver se a recuperação que o Federal Reserve (o
banco central dos EUA) está esperando para o segundo semestre, já
incorporada aos preços das ações,
de fato se materializa.
Os gastos dos consumidores
mantiveram a economia à tona,
mas uma recuperação mais robusta requereria que as empresas
começassem a investir. As encomendas de bens duráveis, que sofreram em maio com uma queda
de 0,5% nos pedidos não relacionados à defesa (depois da queda
de 2,6% registrada em abril), foi o
mais recente indicador a confirmar que a recuperação posterior à
guerra está demorando a surgir.
As grandes empresas continuam concentradas em manter
seus balanços em ordem. A única
perspectiva otimista é que, com o
estímulo de um mercado vigoroso de habitação e o apoio dos esforços do Fed, sem mencionar o
corte de impostos que está por entrar em vigor, o ajuste das contas
domésticas dos norte-americanos
pode ser adiado.
O comunicado do Fed repetiu a
abordagem dupla adotada em
maio: os riscos positivos e negativos para o crescimento estão mais
ou menos equilibrados, mas o risco de uma queda substancial na
inflação supera o de uma alta na
inflação. É um delicado número
de equilibrismo. Se a recuperação
econômica não se materializar, os
mercados cairão. Se ela surgir, a
recente fraqueza do mercado de
títulos pode se transformar rapidamente em uma feroz reversão.
Tradução de Paulo Migliacci
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