"Tarifaço breca recuperação'
MAURO ZAFALON
da Redação
O governo pode estar colocando uma ducha de água fria na recuperação econômica do segundo semestre devido ao tarifaço
das últimas semanas, na avaliação de Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao
Consumidor da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas).
Os aumentos de preços definidos, somados aos que ainda podem acabar ocorrendo devido
aos já autorizados (como tarifas
de ônibus), podem representar
inflação de até 1,8%, espalhada
pelos próximos meses. Essa taxa
corresponde a 72% de toda a inflação do primeiro semestre.
Os consumidores não têm como fugir desses aumentos, diz o
economista. Portanto, parte da
renda deve ser desviada de outros gastos para cobrir os efeitos
da perda de poder aquisitivo.
Essa transferência de renda vai
gerar uma demanda menor no
setor privado da economia, com
vendas menores de roupa, calçados, eletroeletrônicos etc.
Esse novo entrave à recuperação econômica pode ser aliviado, no entanto, com redução de
juros e maior disponibilidade de
crédito, diz Heron do Carmo.
O setor que será mais afetado
na demanda deve ser o de serviços. Com isso, preços de barbeiro e tintureiro, por exemplo, podem voltar a registrar quedas.
O tarifaço ainda não começou
a influenciar as taxas de inflação, o que deve ocorrer só a partir desta última semana de junho. Com isso, a Fipe prevê nova deflação para este mês. Em
média, os preços devem cair
0,1%. Na terceira quadrissemana deste mês, a deflação foi de
0,28%, provocada basicamente
pelos alimentos.
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