São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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"Tarifaço breca recuperação'

MAURO ZAFALON
da Redação


O governo pode estar colocando uma ducha de água fria na recuperação econômica do segundo semestre devido ao tarifaço das últimas semanas, na avaliação de Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Os aumentos de preços definidos, somados aos que ainda podem acabar ocorrendo devido aos já autorizados (como tarifas de ônibus), podem representar inflação de até 1,8%, espalhada pelos próximos meses. Essa taxa corresponde a 72% de toda a inflação do primeiro semestre.
Os consumidores não têm como fugir desses aumentos, diz o economista. Portanto, parte da renda deve ser desviada de outros gastos para cobrir os efeitos da perda de poder aquisitivo.
Essa transferência de renda vai gerar uma demanda menor no setor privado da economia, com vendas menores de roupa, calçados, eletroeletrônicos etc.
Esse novo entrave à recuperação econômica pode ser aliviado, no entanto, com redução de juros e maior disponibilidade de crédito, diz Heron do Carmo.
O setor que será mais afetado na demanda deve ser o de serviços. Com isso, preços de barbeiro e tintureiro, por exemplo, podem voltar a registrar quedas.
O tarifaço ainda não começou a influenciar as taxas de inflação, o que deve ocorrer só a partir desta última semana de junho. Com isso, a Fipe prevê nova deflação para este mês. Em média, os preços devem cair 0,1%. Na terceira quadrissemana deste mês, a deflação foi de 0,28%, provocada basicamente pelos alimentos.


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