São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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Relatório prevê queda no PIB da América Latina

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

DE WASHINGTON

A queda do PIB (Produto Interno Bruto) da Argentina nos últimos quatro anos deverá chegar a 20% -duas vezes mais do que a verificada durante o período da Grande Depressão, nos anos 30. A economia do Uruguai deverá registrar retração de 11,1% em 2002. A da Venezuela, de 6,2%.
Esse é o retrato da América Latina desenhado pelo Fundo Monetário Internacional, que divulgou ontem o relatório Perspectivas para a Economia Global ("World Outlook").
O cenário é um dos mais indesejáveis possíveis, pois junta forte redução do PIB (soma das riquezas produzidas por uma economia em um ano) com alta inflação.
Para o Mercosul, o Fundo estima queda da economia de 2,6% em 2002, com 11,4% de inflação. No conjunto da América Latina, a queda do PIB para este ano deve ser de 0,6%. Para a inflação, a projeção é de 8,6%.
Segundo o FMI, a situação econômica e financeira na região deverá ter uma leve recuperação em 2003. O PIB cresceria 3%, mas a inflação continuaria alta, em 9,3%.

Argentina ajudou
Segundo o FMI, muito do declínio do PIB da região nos primeiros meses do ano se deveu à queda da Argentina. De acordo com o relatório do Fundo, o desemprego na Argentina aumentou 25% no primeiro trimestre do ano, quando o PIB do país teve retração de 6%.
Apesar de prever que a inflação no país alcançará 29% neste ano, o FMI diz que o aumento de preços poderia ser pior se não houvesse o bloqueio parcial dos depósitos nos bancos.
As principais economias afetadas pela crise da Argentina foram as dos países vizinhos, notadamente as do Uruguai e do Paraguai, tanto nas transações comerciais como no turismo e no sistema financeiro, segundo o relatório do Fundo.


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