FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores estrangeiros não estão voltando para a Bolsa, como pareciam indicar os dados referentes aos primeiros dias de setembro. O fluxo de recursos estrangeiros para o mercado acionário paulista ficou negativo em R$ 192,2 milhões nos primeiros 20 dias do mês.
Esse saldo é a diferença entre as compras e vendas de ações feitas por investidores estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo.
A fuga de capital externo da Bovespa já entra em seu quinto mês consecutivo. Com isso, o resultado negativo acumulado no ano já é de R$ 1,84 bilhão. No ano passado, essa conta ficou positiva em R$ 815,7 milhões.
"Antes de definido o próximo governo e sua equipe econômica, não haverá clima para o retorno do investidor estrangeiro para o mercado acionário brasileiro", afirma Charles Phillipp, da corretora SLW.
Nos primeiros dez dias deste mês, a Bolsa havia registrado um ingresso de R$ 126,5 milhões em investimentos de estrangeiros.
Nem mesmo o baixo valor dos papéis tem servido de estímulo para aumentar o interesse pelo mercado acionário local. Neste ano, o Ibovespa -índice que acompanha a oscilação dos principais papéis- acumula desvalorização de 32%.
Ontem, com o mercado financeiro um pouco menos tenso, a Bovespa encontrou espaço para subir 0,86%.
Dentre os papéis que mais caíram ficaram os da Petrobras. Rumores de que a empresa pode ser rebaixada por agências internacionais de risco motivaram as vendas dos papéis. O mercado alega temer um possível uso político da empresa petrolífera por parte do próximo governo. Com isso, as ações preferenciais e ordinárias -com direito a voto- da Petrobras fecharam com desvalorização de 3,3% cada uma.
Na outra ponta, os destaques de alta ficaram com o papel PN da Inepar (12,7%), o ON da Embratel Participações (12,3%) e o PN da Telesp Celular Participações (10,7%).
O volume negociado no pregão de ontem foi melhor que a baixa média registrada no mês. Foram negociados R$ 618,7 milhões.


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