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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa cai 1,94%; BC sobe os juros do over
da Reportagem Local
A Bolsa de Valores de São Paulo
acompanhou ontem as oscilações
dos mercados internacionais e fechou em baixa de 1,94%. O Banco
Central brasileiro interveio no
mercado por um dia, o over, e subiu novamente as taxas de juros.
Os mercados asiáticos e europeu
despencaram, como reflexo das
perdas de US$ 3,8 bilhões do fundo Long-Term Capital Management. O prejuízo de um dos fundos de risco de maior credibilidade levou os investidores a se questionarem sobre a saúde do sistema
financeiro em todo o mundo.
As ações do UBS, o segundo
maior banco do mundo, que tinha
participação no fundo, caíram
20% na Bolsa de Valores da Suíça.
A Bolsa de Tóquio caiu 3,39% e a
de Londres, 2,06%.
Com o pessimismo na Ásia e na
Europa, a Bolsa de Valores de São
Paulo começou o dia em queda
forte. A Bolsa de Nova York, que
inicia os negócios às 10h30, meia
hora depois que o mercado de
ações em São Paulo começa a operar, abriu em queda. A Bolsa paulista chegou a cair 6,14% às 10h45.
Wall Street começou a se recuperar e fechou em alta de 0,33%. A
Bolsa de São Paulo se recuperou
junto e terminou o dia em queda
menor, de 1,94%. Os investidores
ficaram fora do mercado paulista:
foram negociados R$ 318 milhões.
Na semana, a Bolsa acumula alta
de 0,03%, e no mês, de 3,69%.
No over, o BC pegou dinheiro
emprestado dos bancos a 40,20%
ao ano. Na quarta-feira, havia emprestado dinheiro a 40,10% ao
ano. O teto dos juros no over, a
Tban, está em 49,75% ao ano. O
BC pode subir as taxas até esse patamar sem precisar realizar uma
nova reunião do Comitê de Política Monetária.
Mantendo os juros altos, o BC
torna os investimentos em reais
mais atrativos. Procura evitar uma
fuga de dólares do país, que foi superior a US$ 1 bilhão por dia no
início deste mês.
O BC atuou no mercado de dólar
comercial e alterou a minibanda
cambial, faixa informal de variação do câmbio. Valorizou o dólar
contra o real no piso e no teto da
banda nos tradicionais 0,09%.
Os mercados financeiros internacionais estão na expectativa da
reunião do Federal Reserve, banco
central dos EUA, no dia 29. É nessa reunião que será definido o futuro das taxas de juros norte-americanas, de importância mundial.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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