São Paulo, sábado, 26 de setembro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa cai 1,94%; BC sobe os juros do over

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou ontem as oscilações dos mercados internacionais e fechou em baixa de 1,94%. O Banco Central brasileiro interveio no mercado por um dia, o over, e subiu novamente as taxas de juros.
Os mercados asiáticos e europeu despencaram, como reflexo das perdas de US$ 3,8 bilhões do fundo Long-Term Capital Management. O prejuízo de um dos fundos de risco de maior credibilidade levou os investidores a se questionarem sobre a saúde do sistema financeiro em todo o mundo.
As ações do UBS, o segundo maior banco do mundo, que tinha participação no fundo, caíram 20% na Bolsa de Valores da Suíça. A Bolsa de Tóquio caiu 3,39% e a de Londres, 2,06%.
Com o pessimismo na Ásia e na Europa, a Bolsa de Valores de São Paulo começou o dia em queda forte. A Bolsa de Nova York, que inicia os negócios às 10h30, meia hora depois que o mercado de ações em São Paulo começa a operar, abriu em queda. A Bolsa paulista chegou a cair 6,14% às 10h45.
Wall Street começou a se recuperar e fechou em alta de 0,33%. A Bolsa de São Paulo se recuperou junto e terminou o dia em queda menor, de 1,94%. Os investidores ficaram fora do mercado paulista: foram negociados R$ 318 milhões.
Na semana, a Bolsa acumula alta de 0,03%, e no mês, de 3,69%.
No over, o BC pegou dinheiro emprestado dos bancos a 40,20% ao ano. Na quarta-feira, havia emprestado dinheiro a 40,10% ao ano. O teto dos juros no over, a Tban, está em 49,75% ao ano. O BC pode subir as taxas até esse patamar sem precisar realizar uma nova reunião do Comitê de Política Monetária.
Mantendo os juros altos, o BC torna os investimentos em reais mais atrativos. Procura evitar uma fuga de dólares do país, que foi superior a US$ 1 bilhão por dia no início deste mês.
O BC atuou no mercado de dólar comercial e alterou a minibanda cambial, faixa informal de variação do câmbio. Valorizou o dólar contra o real no piso e no teto da banda nos tradicionais 0,09%.
Os mercados financeiros internacionais estão na expectativa da reunião do Federal Reserve, banco central dos EUA, no dia 29. É nessa reunião que será definido o futuro das taxas de juros norte-americanas, de importância mundial.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)



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