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Países ricos adotam política contraditória
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A nova rodada de negociações da OMC (Organização
Mundial do Comércio) começa
com sinais contraditórios por
parte dos países ricos, principalmente dos Estados Unidos,
em relação ao compromisso
com a liberalização do comércio.
Embora o presidente americano, George W. Bush, tenha
trabalhado para conseguir a
autorização do Congresso para
negociar acordos comerciais e
faça discursos defendendo o
fim dos subsídios agrícolas, a
Câmara dos Deputados americana aprovou um projeto de lei
que aumenta em US$ 73 bilhões os gastos com esses subsídios em um período de dez
anos.
O projeto agora tramita no
Senado americano, onde deverá ser modificado. O Orçamento dos EUA para gastos com
agricultura já é de US$ 115 bilhões.
Garantia a agricultor
Esse dinheiro é usado para
garantir pagamentos aos agricultores quando caem os preços dos produtos ou quando o
custo de produção no campo é
mais alto do que a cotação das
mercadorias no mercado internacional.
A ajuda provoca um excedente de oferta que colabora
para derrubar os preços e torna
os produtos americanos artificialmente competitivos.
Além disso, o Departamento
de Comércio dos Estados Unidos está preparando medidas
para aumentar o protecionismo do país no setor siderúrgico, impondo cotas e tarifas às
importações de produtos semi-acabados.
O Brasil exporta US$ 500 milhões por ano em semi-acabados de aço para os Estados Unidos.
Segundo negociadores brasileiros, a União Européia também não tem dado sinais, em
suas políticas públicas, de que
pretende afrouxar regras rigorosas, como controles fitossanitários, que, na avaliação do
governo brasileiro, escondem
medidas protecionistas.
Na reunião de Doha, no Qatar, em novembro do ano passado, os países ricos concordaram em eliminar progressivamente os subsídios à exportação agrícola e à produção interna.
Além de oferecer o mesmo tipo de apoio aos agricultores
que os Estados Unidos, a União
Européia gasta boa parte de seu
orçamento agrícola com subsídios à exportação.
Esse tipo de ajuda dá condições para a Europa, menos
competitiva, disputar outros
mercados com mais vantagens.
Os países ricos ainda oferecem linhas de créditos a importadores com taxas de juros baixas e prazos longos.
Esses países também possuem tarifas de importação que
impedem as exportações de
muitos produtos brasileiros.
A tarifa para importação do
arroz no Japão, por exemplo,
chega a 700%.
A de fumo chega a 300% nos
Estados Unidos. E a do açúcar,
a 350% na Europa.
(CD)
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