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VAREJO
Expansão no ano acabou limitada após a queda de 3,84% em dezembro
Venda de supermercado sobe só 0,7%
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
As vendas de dezembro dos supermercados brasileiros caíram
3,84% em relação ao mesmo mês
de 2004, segundo balanço divulgado hoje pela Abras (Associação
Brasileira dos Supermercados). O
resultado frustrou o setor supermercadista, que esperava por um
aumento nas vendas de até 4%.
O péssimo desempenho também se refletiu nas vendas da semana de Natal, que tiveram uma
alta de 5% frente a igual período
de 2004. A Abras projetava um
aumento nas vendas da semana
de Natal de até 10%.
Como resultado, o setor fechou
o ano com alta real nas vendas de
0,66% -muito abaixo do crescimento de 2% a 2,5% projetado
pela Abras. Para 2006, a associação espera incremento nas vendas
de 2,5%. "Esperamos pela repetição do ano de 2004, que foi bom e
recuperou parte das perdas de
2003. Se for assim, 2006 recuperará parte do resultado não alcançado em 2005", disse o presidente
da Abras, João Carlos de Oliveira.
Para ele, o resultado aquém do
esperado é reflexo da combinação
de uma série de fatores, como juros em alta, desemprego elevado,
renda comprimida e endividamento da população impulsionado pela expansão do crédito consignado -com desconto em folha de pagamento.
"Num mercado retraído, em
que os consumidores vão empurrando as dívidas e contraindo novas, o crédito consignado acaba
afetando o poder futuro de compra da população", afirmou.
Além disso, a venda dos produtos importados não produziu o
efeito positivo desejado pelo setor
supermercadista. Embora as vendas de importados tenham crescido 17,5% em volume em dezembro, em receita o avanço foi de
apenas 6%. "A depreciação do
dólar reduziu o preço dos importados. E maior volume de vendas
não foi significativo para a receita", disse o presidente da Abras.
Outro fator detectado pela
Abras foi a mudança de hábito do
consumidor, que voltou a substituir produtos de primeira marca
por outros mais baratos. "Isso
aconteceu com os panetones, por
exemplo. O consumidor preferiu
o panetone mais barato à marca
mais conhecida", disse Oliveira.
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