São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

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VAREJO

Expansão no ano acabou limitada após a queda de 3,84% em dezembro

Venda de supermercado sobe só 0,7%

FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE

As vendas de dezembro dos supermercados brasileiros caíram 3,84% em relação ao mesmo mês de 2004, segundo balanço divulgado hoje pela Abras (Associação Brasileira dos Supermercados). O resultado frustrou o setor supermercadista, que esperava por um aumento nas vendas de até 4%.
O péssimo desempenho também se refletiu nas vendas da semana de Natal, que tiveram uma alta de 5% frente a igual período de 2004. A Abras projetava um aumento nas vendas da semana de Natal de até 10%.
Como resultado, o setor fechou o ano com alta real nas vendas de 0,66% -muito abaixo do crescimento de 2% a 2,5% projetado pela Abras. Para 2006, a associação espera incremento nas vendas de 2,5%. "Esperamos pela repetição do ano de 2004, que foi bom e recuperou parte das perdas de 2003. Se for assim, 2006 recuperará parte do resultado não alcançado em 2005", disse o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira.
Para ele, o resultado aquém do esperado é reflexo da combinação de uma série de fatores, como juros em alta, desemprego elevado, renda comprimida e endividamento da população impulsionado pela expansão do crédito consignado -com desconto em folha de pagamento.
"Num mercado retraído, em que os consumidores vão empurrando as dívidas e contraindo novas, o crédito consignado acaba afetando o poder futuro de compra da população", afirmou.
Além disso, a venda dos produtos importados não produziu o efeito positivo desejado pelo setor supermercadista. Embora as vendas de importados tenham crescido 17,5% em volume em dezembro, em receita o avanço foi de apenas 6%. "A depreciação do dólar reduziu o preço dos importados. E maior volume de vendas não foi significativo para a receita", disse o presidente da Abras.
Outro fator detectado pela Abras foi a mudança de hábito do consumidor, que voltou a substituir produtos de primeira marca por outros mais baratos. "Isso aconteceu com os panetones, por exemplo. O consumidor preferiu o panetone mais barato à marca mais conhecida", disse Oliveira.


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