CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

Cuba proporá nos próximos dias a formação de um acordo de livre comércio no formato "quatro mais um" com o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), informou ontem o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, em visita a Buenos Aires.
Em comunicado, a chancelaria argentina afirmou que consultaria os demais membros do bloco sobre a questão. A Argentina exerce a presidência pró-tempore do Mercosul até meados do ano.
A embaixada do Brasil em Buenos Aires informou que não há ainda uma posição oficial do governo brasileiro sobre o assunto, uma vez que Cuba não oficializou uma proposta. A idéia do acordo, no entanto, não é nova e já fez parte de discussões informais entre os países envolvidos.
Joga a favor de uma eventual proposta cubana a simpatia que os atuais governos do Brasil e da Argentina, principais sócios do bloco, têm pela ilha.
Em tese, um dos interesses do bloco em um acordo com Cuba seriam as áreas farmacêutica e médica, em que Cuba tem uma posição privilegiada. Além disso, um acordo de cooperação nas áreas de educação, tecnologia e saúde também seria de interesse para o bloco e poderia vir a fazer parte do "pacote" cubano.
Há o risco, no entanto, de um acordo concreto não sair no curto prazo, pelo fato de a agenda externa do Mercosul já estar sobrecarregada com outras prioridades.
Atualmente, estão em curso negociações do Mercosul não apenas com a Alca, mas com União Européia, Índia, África do Sul, Comunidade Andina (Bolívia, Peru, Venezuela, Colômbia e Equador) e com uma frente de países asiáticos.


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