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Real é a moeda que mais se valoriza no mês
Expansão da economia e previsão de aumento nas taxas de juros explicam alta da divisa, que permanece em queda no ano
Bancos como Goldman Sachs e Bank of America têm
recomendado a clientes que
comprem real, acreditando
no crescimento econômico
DA BLOOMBERG
Com a economia se acelerando e as perspectivas de que o
Banco Central vai subir a taxa
de juros já em março ou abril, o
real é a moeda que mais se valorizou em relação ao dólar neste
mês, com alta de 4,9% no mercado de Nova York. O aumento,
que reverte parte da perda de
7,9% no mês passado, é o maior
entre todas as moedas analisadas pela Bloomberg.
"O Brasil continua a ser uma
história sólida, e o real é uma
moeda atraente", afirmou Vitali Meschoulam, estrategista do
Morgan Stanley, que prevê que
a divisa brasileira, que ontem
fechou a R$ 1,807, vai se valorizar em 1,7% neste ano -alta similar à prevista por analistas
consultados pela Bloomberg.
"A economia [brasileira] é a que
cresce mais rápido na América
Latina. A dinâmica do forte investimento estrangeiro direto
não foi alterada."
O real tem avançado à medida que os investidores aumentam as suas apostas de que o
BC, já em março, pode elevar a
taxa de juros básica (hoje em
8,75%) para controlar a inflação. Juro alto pode atrair investimento externo para aplicação
em títulos públicos, e a entrada
de recursos no país valoriza o
real. Nesta semana, o BC anunciou que vai elevar o compulsório, ampliando em US$ 71 bilhões o volume de recursos que
os bancos têm de recolher obrigatoriamente aos cofres do BC.
A alta do real neste mês reduziu as perdas no ano para 3,4%.
A queda de janeiro, a maior desde outubro de 2008, havia sido
reflexo da decisão do governo
da China (o maior comprador
das exportações brasileiras) de
controlar empréstimos para
tentar desacelerar a economia.
Nas últimas semanas, os bancos americanos Goldman Sachs
e Bank of America têm recomendado aos clientes que comprem o real. Afirmam que o
crescimento da economia vai
atrair investimento externo.
O boletim Focus, feito pelo
BC após consulta ao mercado,
aponta que o investimento estrangeiro direto vai totalizar
US$ 38 bilhões neste ano -ante US$ 26 bilhões em 2009. Para o ano que vem, a previsão é
que ele alcance US$ 40 bilhões.
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