|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Petrobras pode emitir ações PN
Capitalização com papéis sem direito a voto é alternativa a proposta no Congresso
Proposta permite à estatal obter recursos sem diluir a participação da União, acionista majoritária e detentora de ações ordinárias
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Pressionada pela agenda do
Congresso, a Petrobras estuda
levantar dinheiro na Bolsa apenas com a emissão de ações
preferenciais (sem voto), que
hoje estão em poder dos minoritários do mercado, caso não
seja aprovada a tempo a proposta de usar as reservas do
pré-sal de posse da União.
A proposta permite à estatal
obter recursos sem diluir a participação da União, acionista
majoritária da companhia e detentora de ações ordinárias
(com voto). Se abrir também
para ações ordinárias, o controle estatal -previsto na Lei do
Petróleo- estaria sob risco.
Por outro lado, joga a conta
da capitalização para os minoritários, que serão diluídos.
Segundo Alexandre Quintão,
gerente de Relações com Investidores da estatal, a proposta é
uma das poucas alternativas. O
executivo disse que a capitalização por meio de novas ações
é "indispensável" neste ano.
Dois são os motivos: a companhia tem de ampliar seu patrimônio para poder tomar
mais dívidas e manter a atual
taxa de alavancagem (de 35%,
teto estabelecido pelo conselho
de administração) e precisa de
recursos para investimentos.
O plano prevê investimentos
de R$ 88 bilhões somente em
2010. Até 2014, precisará de um
valor entre US$ 200 bilhões e
US$ 220 bilhões, dependendo
da capitalização.
Com a atual estrutura de capital, diz Quintão, a Petrobras
não pode emitir bônus ou lançar mão de nenhuma outra forma de captação sem colocar em
risco o plano de investimentos.
"Não queremos perder a nossa
nota de investimento. Essa é
uma das nossas premissas. Por
isso, a capitalização tem de ser
feita neste ano."
Pela proposta em tramitação
no Congresso, a União, controladora da Petrobras e dona de
40% do seu capital total e de
51% do capital votante, vai ceder reservas do pré-sal de sua
propriedade à estatal.
A Petrobras estima que terá
de levantar no mercado entre
R$ 15 bilhões e R$ 25 bilhões
para concluir seu plano de investimentos. Boa parte dos recursos deve vir da capitalização
-a expectativa é que seja realizada em julho.
A proposta de emitir ação PN
desagradou ao mercado, que
derrubou ainda mais as ações.
Ontem, os papéis PN recuaram
1,99% e os ON, 0,51%.
Texto Anterior: Setor industrial também exige desconto no produto já contratado Próximo Texto: Análise: A questão do gás natural Índice
|