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Brasil é o 6º maior investidor na área de energia renovável
Em 5 anos, país foi um dos que mais elevaram investimento, com alta de 148%, diz relatório
Mais de 60% dos recursos destinados a energia limpa no país foram para a produção de álcool; no ranking global, China tira EUA da liderança
NATÁLIA PAIVA
DA REDAÇÃO
No ranking global dos maiores investidores em energia renovável, a China desbancou os
EUA da liderança e o Brasil
apareceu como o sexto maior
em 2009, de acordo com dados
do relatório "Who's Winning
the Clean Energy Race?"
[Quem está vencendo a corrida
pela energia limpa], divulgado
anteontem pela fundação americana Pew Charitable Trusts.
Globalmente, o investimento
em energias renováveis mais
do que dobrou nos últimos cinco anos -a despeito da queda
de 6,6% no ano passado, reflexo
direto da crise econômica.
Seguindo as diretrizes de Pequim -que vê na área uma forma de gerar empregos e fomentar uma nova indústria-, a China investiu R$ 34 bilhões em
energia renovável no ano passado, quase o dobro dos EUA
(US$ 18,6 bilhões), país que enfrenta dificuldades em aprovar
legislação específica no Congresso. No Brasil, US$ 7,4 bilhões foram para a área, mas se
estima que ao menos a metade
tenha ido para biocombustível.
Nos últimos cinco anos, o
Brasil foi um dos que mais cresceram (148% de alta, mesma taxa que a China), mas 62% dos
investimentos no período foram para a indústria do álcool.
"Em eólica, o investimento poderia ser bem maior. E, enquanto na China o uso de energia solar para aquecer água já é
bastante grande, aqui é praticamente negligenciado", diz o físico da USP José Goldemberg,
um dos pais do Proálcool.
A energia eólica, setor dominante na maioria dos países, foi
foco de 12% dos aportes realizados no Brasil entre 2005 e
2009. Mas, segundo a consultoria Bloomberg New Energy Finance -que compilou os dados
para a Pew-, o montante investido na fonte cresceu 140%
entre 2008 e 2009 e passou a
representar 25% dos aportes
em energias renováveis.
Os investimentos em eólica
devem crescer ainda mais neste
e no próximo ano, reflexo do
primeiro leilão específico (realizado em dezembro) e do leilão
de fontes renováveis programado para o meio do ano.
A Bioenergy, uma das vencedoras do leilão e a primeira a
vender energia eólica no mercado livre, pretende contratar
300 MW no próximo certame
e, até o fim do ano, ter em mãos
o desenho final de sua primeira
usina eólico-solar. O modelo de
venda da energia produzida a
partir do calor ainda está em
estudo. "Seria uma forma de investir em tecnologia e sair na
frente", diz Sergio Marques,
presidente da empresa.
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