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Cemig entrará na construção de Belo Monte
Estatal quer comprar fatia de 10% no consórcio que vencer o leilão; Funcef e Petros também não descartam estratégia
Possibilidade de comprar participação na construção da usina foi inicialmente pensada para encaixar Eletrobras no consórcio
LEILA COIMBRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Cemig, estatal mineira de
energia, quer garantir sua presença na usina de Belo Monte,
no Pará, independentemente
de quem ganhar o leilão. Para
isso, a companhia não vai se associar a nenhum dos consórcios que disputam a hidrelétrica, mas oferecer participação
de 10% ao ganhador do leilão.
A informação, dada pelo diretor de relações com investidores da companhia, Luiz Fernando Rolla, a analistas do
mercado, foi confirmada por
sua assessoria de imprensa.
O edital de venda de Belo
Monte, que permite a entrada
de sócios estratégicos após o resultado do leilão, foi costurado
pelo governo para permitir que
a Eletrobras adotasse a estratégia. O plano inicial vislumbrava
a associação da holding ao consórcio vencedor após a licitação, sem necessidade de desmembramento da estatal nos
consórcios por meio das subsidiárias. A estratégia foi apelidada de "modelo noiva".
O Ministério de Minas e
Energia voltou atrás após a
pressão das empresas com
quem a Eletrobras costurava
parceria, que insistiam que essa
estratégia enfraquecia financeiramente os consórcios.
A diferença é que a Eletrobras entrará com participação
entre 40% e 49%, fatia muito
grande para ficar na incerteza,
enquanto a Cemig pretende deter apenas 10% da concessão.
O governo acabou optando
então por dividir as quatro subsidiárias da Eletrobras (Eletronorte, Furnas, Chesf e Eletrosul) nos dois consórcios.
Esse "modelo noiva" não está
descartado, porém, para os fundos de pensão ligados às estatais, como Funcef (Caixa Econômica Federal) e Petros (Petrobras), que também já manifestaram publicamente interesse em participar da construção de Belo Monte.
O governo ordenou que os
fundos de previdência garantam parcerias em novos consórcios, tanto costurando parceria para a disputa quanto entrando posteriormente.
Atualmente a Funcef já estaria em negociação para entrar
no grupo liderado pela Camargo Corrêa e pela Odebrecht
(que teria também a participação da CPFL), e a Petros está
inclinada a costurar a parceria
com o consórcio liderado pela
Andrade Gutierrez (que conta
com Vale, Neoenergia, Braskem e Votorantim).
Mas os dois fundos, que ainda não selaram seu destino,
também cogitam oferecer cada
um entre 5% e 10% de participação ao grupo vencedor, segundo executivo próximo às
negociações. Funcef e Petros
foram procurados, mas não deram resposta até o fechamento
desta edição.
O leilão de Belo Monte está
previsto para o dia 20 de abril.
A usina será a segunda maior
hidrelétrica do Brasil, atrás
apenas de Itaipu, com capacidade de geração de 11 mil megawatts e com início de operação
previsto para 2015.
Vence a licitação quem oferecer o menor preço pela energia
produzida. O teto é de R$ 83
por megawatt-hora na licitação, acima dos R$ 68 calculados
anteriormente, com aumento
do custo da obra de R$ 16 bilhões para R$ 19 bilhões. Estimativas do governo são que o
preço do megawatt-hora no leilão de Belo Monte fique abaixo
de R$ 78.
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