São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2007

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Desemprego volta a superar 10%

Em março, taxa das seis principais regiões metropolitanas foi 10,1%, contra 9,9% em fevereiro, diz IBGE

Crescimento ocorreu pelo maior número de pessoas que procuraram emprego em SP, que tem 40% dos desocupados das regiões


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Impulsionada pelo crescimento da desocupação em São Paulo, a taxa de desemprego das seis principais regiões metropolitanas do país votou ao patamar de dois dígitos: ficou em 10,1% em março, acima dos 9,9% registrados em fevereiro. Em março de 2006, havia sido de 10,4%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em razão da maior procura por uma vaga, o número de pessoas desempregadas em São Paulo saltou 10,4% de fevereiro para março. Naquele mês, aumentou em 106 mil o número de pessoas que buscavam um novo trabalho.
De fevereiro para março, foram abertos, por sua vez, 57 mil novos postos de trabalho. Ou seja, a oferta de vagas não cobriu toda a procura, o que resultou no crescimento da taxa de desemprego na região metropolitana -de 10,6% para 11,5%. Cerca de 40% dos desocupados das seis regiões estão em São Paulo.
"Não houve esvaziamento de postos de trabalho [ou seja, demissões] em São Paulo. O que aconteceu foi uma corrida das pessoas em direção ao mercado de trabalho", disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego.
O aumento na procura por emprego pode ocorrer tanto num cenário de expansão econômica, que estimula as pessoas a buscar trabalho diante de perspectivas melhores, como em períodos de fraca atividade econômica, segundo especialistas. Nesse segundo caso, as pessoas se retraem, pois não vislumbram a possibilidade de conseguir trabalho.
Pereira disse que ainda não está claro o que motivou o aumento da procura, embora tenha afirmado que existe "um baixo dinamismo" do mercado de trabalho, especialmente em São Paulo.
Na média das seis regiões (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador), o número de ocupados cresceu 0,7% (ou 142 mil pessoas) ante fevereiro. Já o contingente de desempregados aumentou 4% -ou 89 mil pessoas.
Para Pereira, os dados de março acendem "um sinal de alerta" e congelam a expectativa do aumento da oferta de vagas e a conseqüente queda da taxa de desemprego prevista para começar a partir deste mês ou de maio, a julgar pelo histórico da pesquisa.
Segundo o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o aumento da taxa de desocupação "não deve ser entendido como uma etapa de um processo de aumento do desemprego."
Embora o primeiro trimestre tenha "decepcionado" as "expectativas de um melhor quadro de emprego", existe "uma tendência de recuperação nos trimestres seguintes, tendo em vista a perspectiva de maior crescimento econômico".
O emprego com carteira assinada segue em expansão: cresceu 2,2% ante março de 2006. O emprego sem carteira subiu 6%. A ocupação média, nessa comparação, teve alta de 5%.


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